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Moraes manda PF ouvir ex-chefe do GSI e cobra identificação de militares

1º.mar.2023 - O ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante sessão plenária do tribunal - Carlos Moura/SCO/STF
1º.mar.2023 - O ministro Alexandre de Moraes, do STF, durante sessão plenária do tribunal Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em Brasília

20/04/2023 10h43Atualizada em 20/04/2023 11h17

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mandou a Polícia Federal ouvir o ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Gonçalves Dias, sobre as imagens da área interna do Palácio do Planalto que mostram o general orientando bolsonaristas durante o ato golpista de 8 de janeiro. O prazo é de 48 horas.

O que aconteceu?

Moraes determinou ainda que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, informe quem são todos os servidores civis e militares que aparecem nas imagens divulgadas e quais providências foram tomadas.
Cappelli deverá entregar as informações em até 24 horas.
O ministro mandou ainda a PF informar se cumpriu decisões anteriores para a obtenção de todas as imagens de câmeras de segurança durante os atos golpistas, inclusive as divulgadas pela imprensa.
Também pediu para a PF informar se os funcionários públicos nas imagens já foram ouvidos. Se não tiverem sido, os depoimentos devem ser realizados em até 48 horas.
A decisão foi proferida ontem (19) e tornada pública nesta quinta-feira (20).

A imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI."
Alexandre de Moraes, ministro do STF, na decisão

Ex-chefe do GSI orientou bolsonaristas durante ato golpista

O general Gonçalves Dias pediu demissão do cargo ontem (19) após imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostrarem o general orientando bolsonaristas nos atos golpistas de 8 de janeiro. Ele foi substituído interinamente pelo número dois do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli.

O pedido de demissão foi apresentado ao presidente Lula após a divulgação do vídeo que mostra o general interagindo com golpistas na invasão do Planalto —a gravação foi revelada pela CNN. O general foi chamado para uma reunião com Lula, na qual foi decidida a sua saída e o nome de Cappelli como interino.

Cappelli também esteve no Planalto, onde Lula o convidou pessoalmente a assumir o GSI. Ele já havia exercido a função de interventor na área de segurança pública do Distrito Federal após o ataque às sedes do três Poderes.

O presidente vinha sendo pressionado por outros ministros a demitir Dias do comando do GSI. No entanto, Lula argumentava que o general —que foi seu ajudante de ordens nos governos anteriores— é alguém de sua confiança.

A permanência de Dias se tornou insustentável com a divulgação do vídeo e a exploração do episódio pela oposição —reforçando a pressão pela CPI—, segundo auxiliares de Lula.

Dias disse que em 8 de janeiro chegou ao Palácio do Planalto quando os bolsonaristas já haviam rompido o bloqueio militar (leia abaixo). A declaração foi dada em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo.

O que disse Gonçalves Dias

Cheguei ao Palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. Aquela turma desceu e praticamente invadiu o Palácio. A maior parte do pessoal que invadiu o Palácio subiu pela rampa. Como o Palácio nos seus 360 graus é composto por vidro, as pessoas não entraram pela porta, elas quebraram o vidro. Esse vidro tem 12 milímetros, é extremamente vulnerável. Eu entrei no Palácio depois que foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo piso."

O que disse o governo Lula

O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio. E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro."
Nota da Secom