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Sakamoto: Corrupção no futebol não é novidade; punição tem de ser banimento

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/05/2023 19h48

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto comentou durante sua participação no UOL News desta quarta-feira (10) a respeito das denúncias feitas pelo Ministério Público na Operação Penalidade Máxima II, que apura fraudes envolvendo jogadores de futebol e apostas esportivas.

É uma vergonha para o futebol brasileiro, uma vergonha inimaginável. Não é uma novidade, a gente lembra desde as denúncias da Revista Placar, em 1982, revelando a máfia da loteria esportiva. Houve denúncias semelhantes na década de 90, mas agora a gente tem uma situação com sites de apostas, muitos nem operam dentro do Brasil, outros são superescondidos.

Sakamoto ainda criticou jogadores e até mesmo empresários que estejam envolvidos ou sabiam de algo a respeito das fraudes e afirmo que todos devem ser banidos.

Estamos falando de uma paixão nacional, uma coisa que as pessoas depositam esperanças, interesses, mas também é um negócio. Não pode ser sacaneado desse jeito. Jogador envolvido nisso, jogador que vendeu coisa, tem que ser banido do futebol. Não é suspensão, é batimento.

"Empresário de jogador que souber, estamos obtendo informações de empresários que sabiam, tem que ser banidos do futebol. Time que tiver informação sobre isso tem que levar gancho", completou.

Perdão de Bolsonaro a Silveira foi por motivos pessoais, por isso, STF anulou, explica professor

O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria e anulou o indulto dado ao ex-deputado Daniel Silveira pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Wallace Corbo, professor de Direito da FGV-Rio, a anulação se porque Bolsonaro agiu com desvio de finalidade.

Historicamente, o entendimento que se tinha era que não cabia ao Poder Judiciário fazer o controle de um decreto de indulto ou de graça. Isso fazia sentido porque a lógica é exatamente que o presidente possa perdoar crimes. Então não faz sentido que esse perdão esteja submetido a um controle do poder judiciário. Mas o que o Bolsonaro fez foi, de certa forma, tão abismal, de um nível de desvio de finalidade, de inconstitucionalidade, de nulidade daquele ato, a coisa foi tão extrema que não tinha como o Supremo não declarar que houve de fato uma nulidade naquela graça.

Corbo ainda explicou que o presidente tem muitos poderes, assim como o Congresso ou outros agendes públicos, "mas não podem tudo".

Não podem violar a Constituição e não podem estar de acordo e complacentes com os crimes contra o estado democrático de direito. Foi isso que o STF falou, ele disse que o indulto foi dado em desvio de finalidade, para benefício de uma pessoa próxima ao presidente, por motivos pessoais e para perdoar um crime contra o estado de democrático de direito. Nada disso é possível e, por isso, o indulto foi declarado inconstitucional e inválido.

Boulos: Construção de base do governo passa por disputa pelo orçamento

Guilherme Boulos também comentou a respeito da construção da base do governo Lula no Congresso. Ele criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua relação com a Câmara dos Deputados e o Senado.

Ele [Bolsonaro] terceirizou o orçamento de forma geral para a Câmara, o presidente da Câmara, o presidente do Senado, o Congresso Nacional. O Lula quer governar, foi eleito com um programa de governo e quer governar. Por isso, a disputa de fundo na construção da base do governo é uma disputa pelo orçamento.

"O Lula não poderia aceitar que aquela cultura estabelecida pelo governo Bolsonaro em que o Congresso toma conta de boa parte do orçamento continue vigente. Não é só uma disputa de poder, é a capacidade do estado brasileiro de planejar e executar política pública", completou.

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