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Aguirre: Condenação de Collor reflete isolamento, não retorno da Lava Jato

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/05/2023 18h48

O plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para condenar o senador Fernando Collor (PTB-AL) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em ação penal derivada da Operação Lava Jato. Para o colunista do UOL Aguirre Talento, a condenação reflete mais o isolamento político de Collor do que o retorno da operação.

Eu confesso que me surpreende um pouco essa condenação nesse momento que a gente vive de total descrédito da Lava Jato. Eu, que escrevi o livro sobre o fim da Lava Jato, vejo essa condenação mais como um reflexo de um isolamento político do Collor do que de certa forma um retorno da força da Lava Jato".

Durante sua participação no UOL News desta quinta-feira (18), Aguirre ainda afirmou que não se surpreenderia caso os ministros decidissem mudar de posição em um eventual recurso do ex-presidente.

A gente está vendo a cada semana notícias sobre acusações da Lava Jato sendo derrubadas, investigações caindo e muitos casos que tiveram provas tão robustas quanto esse caso do senador Fernando Collor, que se arrasta a tanto tempo, foram anulados por questões processuais, foram derrubados. Então, também não me surpreenderia se em um eventual recurso os ministros mudarem de posição, recuarem nessa condenação".

"Porque realmente a Lava Jato se tornou meio tóxica e tudo decorrente da Lava Jato tem se provado ser imprestável para o Judiciário", completou

Collor condenado é mais um tempero para clima de tensão no Congresso, diz Chico Alves

O colunista do UOL Chico Alves afirmou durante sua participação no UOL News que a contenção de Fernando Collor é mais uma pitada para o clima tenso entre o Legislativo e o Judiciário.

Com essa condenação de Collor, que se tornou bolsonarista, estava ao lado de Bolsonaro na última campanha eleitoral, gritando o nome de Bolsonaro de punho cerrado em cima do palanque, então, é mais uma pitada, mais um tempero para esse cima de tensão, vamos ver como isso é recebido pelo Congresso".

Chico Alves ainda falou sobre a cassação do mandato de Deltan Dallagnol, criticando a fala do ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que afirmou que o Congresso não deveria aceitar a decisão.

Certamente aquele núcleo bolsonarista, com a cassação de Deltan Dallagnol, já começou uma movimentação de ataque às instituições, aquele clima de Fla x Flu entre Legislativo versus Judiciário. A gente já viu o senador Hamilton Mourão pedindo que o Congresso resistisse a decisão do TSE, como se isso fosse possível por vias legais. Não há possibilidade legal de o Congresso resistir a cassação de Deltan Dallagnol".

Carla Araújo: Wajngarten nega tensão na defesa de Bolsonaro e elogia silêncio de Cid

A colunista do UOL Carla Araújo afirmou em sua participação no UOL News que o assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, afirmou que não há tensão na defesa de Bolsonaro por conta do silêncio de Mauro Cid. O tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro ficou em silêncio em depoimento para a Polícia Federal hoje.

A gente falou com Wajngarten que disse que esse silêncio do Cid foi, tecnicamente, ótimo para a defesa do ex-presidente. No entorno do Bolsonaro existia a expectativa de que se Cid falasse, ele pouparia Bolsonaro de qualquer tipo de ilícito nesse caso. Ele chegou e saiu rapidamente da Polícia Federal".

Carla ainda afirmou que Bolsonaro defendeu e fez um afago em Mauro Cid hoje ao dizer que ele é um excelente militar.

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