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Bolsonaro diz que 'procura paz' e que PL não barrará votação do arcabouço

Do UOL, em Brasília

18/05/2023 17h37Atualizada em 18/05/2023 20h54

Em meio às apurações sobre um suposto esquema de fraude em cartões de vacinação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que "procura paz" e já falou nas investigações. Também disse que o seu partido "não vai impedir" a votação do arcabouço fiscal.

O que aconteceu?

Bolsonaro falou com a imprensa nesta tarde após visitar o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em seu gabinete, no Senado. Participaram do encontro os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Tereza Cristina (PP-MS), ambos ex-ministros durante sua gestão.

O ex-presidente disse que não comandará uma "oposição radical" entre seus aliados e que, "apesar de não simpatizar com o governo, quer colaborar para que o Brasil não fracasse".

Bolsonaro reafirmou que as eleições de 2022 são "página virada" e que tem discutido a estratégia política para as eleições estaduais de 2024. Atualmente, ele ocupa o cargo de presidente de honra do partido, comandado oficialmente por Valdemar Costa Neto.

Ele negou, contudo, que as eleições majoritárias já estejam no radar. "2026 só se discute depois de 2024 e [precisamos] trazer para normalidade. Sem rancor da nossa parte e espero que do outro lado também, que pare de falar da gente", afirmou.

A gente procura paz, porque os problemas que acontecem no Brasil todo mundo sofre. Estão votando aqui o arcabouço e não há da nossa parte a ideia de impedir qualquer votação.
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

O que mais Bolsonaro disse na entrevista

Depoimento de Mauro Cid

Questionado sobre seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, Bolsonaro disse que não tem conversado com o militar e ressaltou: "Cada um segue a sua vida".

Preso há 15 dias, Cid prestou depoimento hoje à PF (Polícia Federal) e decidiu ficar em silêncio.

O ex-ajudante de ordens é alvo de uma operação que apura supostas fraudes em cartões de vacinação para beneficiar pessoas próximas a ele, Bolsonaro e sua família.

Ele [Cid] é um excelente oficial do Exército brasileiro, jovem ainda, forças especiais, comandos, paraquedistas, primeiro lugar de quase todo curso que fez, tem dado o melhor de si. Peço a Deus que não tenha errado. E cada um siga a sua vida.

Compras de Michelle

Segundo o ex-presidente, os gastos em dinheiro vivo feitos pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram para comprar "absorvente, uma roupinha para a filha, manicure, cabeleireiro".

Bolsonaro disse que Michelle tem os comprovantes das compras pessoais de todos os anos de seu mandato: "Ela tem quatro calhamaços de notas fiscais de todas as contas pessoais feitas por nós, em 2019, 2020, 2021 e 2022".

Quando mexe com familiar, minha esposa, no caso, é um negócio muito pessoal.

Joias sauditas

O ex-presidente voltou a negar que as joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita, avaliadas em R$ 16 milhões, tenham passado pelas mãos dele ou de Michelle.

Um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes foram apreendidos na alfândega do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A legislação brasileira obriga que seja feita a declaração de bens vindos de fora com valor superior a mil dólares.

Os itens foram encontrados na mochila do militar Marcos André dos Santos Soeiro, que assessorava o então ministro Bento Albuquerque, em outubro de 2021.

Ela [Michelle] nunca viu as joias. Joias nunca passaram pelas minhas mãos e pelas mãos dela.