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Pacheco: Bolsonaro tinha 'grande responsabilidade' de conter atos de 8/1

Do UOL, em São Paulo

24/05/2023 13h07

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou hoje durante o UOL Entrevista que, na avaliação dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha "grande responsabilidade" de conter os atos golpistas de 8 de janeiro.

Nessa data, apoiadores de Bolsonaro invadiram e destruíram os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Politicamente há essa compreensão, e de minha parte há essa compreensão, de que o presidente Bolsonaro [pode ser responsabilizado], pela liderança que representa, uma liderança de direita e com o extremismo de direita aderente a ele. O presidente Jair Bolsonaro tinha uma grande responsabilidade de conter essa mobilização e de evitar que essas coisas acontecessem. Então não há dúvida que o ex-presidente, pela liderança que empreende, uma liderança muito forte que ainda é no Brasil, [tinha] a responsabilidade de poder conter, explicar, valorizar a democracia para seus adeptos e compreender que as discussões políticas devem se dar no mérito delas, mas dentro do debate normal e salutar da política, e não com uma medida de força." Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado

Pacheco também ressaltou que o Congresso teve um "papel muito importante" nestes episódios, ao ter revogado a Lei de Segurança Nacional, editada durante a ditadura militar, e acrescentado uma série de crimes contra a democracia no Código Penal.

São crimes, inclusive, pelos quais estes que cometeram estas atrocidades no 8 de janeiro, e antes e depois, responderão, com penas muito mais elevadas do que crimes de dano, de invasão, de crimes contra a honra. Essa foi uma medida muito acertada do Congresso Nacional, providencial mesmo, para evitar a impunidade de crimes contra o Estado de Direito e a Democracia
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado

Pacheco: rever cassação de Deltan no Congresso é 'equívoco'

O presidente do Senado afirmou que é um "equívoco" a tentativa de reverter a cassação do ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) no Congresso.

Dallagnol foi cassado por unanimidade na semana passada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele perdeu o mandato com base na Lei da Ficha Limpa. Para a Corte, o ex-parlamentar fraudou a lei ao deixar o cargo de procurador com processos administrativos em aberto contra ele.

É um equívoco achar que, no âmbito do Senado ou na Câmara, haverá uma instância revisional de instâncias judiciais. Isso é um equívoco daqueles que não compreendem a democracia e o estado de direito. Eu respeito a decisão do TSE. É um direito do deputado Deltan Dallagnol fazer os questionamentos jurídicos, inclusive com recursos. Espero que a Justiça tome a melhor decisão." Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado

Pacheco: 'Qualquer traço de racismo deve ser repudiado'

Pacheco também falou sobre o episódio envolvendo o senador Magno Malta, que comentou ontem o caso de racismo contra o jogador brasileiro Vini Jr e disse que a imprensa "revitimiza" o atleta. Durante sua fala, Malta cobrou associações de causa animal para que elas "defendam os macacos".

Pacheco disse que quer conversar com o colega de Casa antes, mas que "qualquer traço de racismo deve ser repudiado".

Me recuso a acreditar que ele tenha tido uma intenção de fazer um ato explícito de racismo. Eu não gostaria de associar isso ao senador Magno Malta. Mas, evidentemente, uma fala dessa natureza que deixe qualquer traço de racismo deve ser repudiada. Mas eu gostaria de ouvir o senador Magno Malta para entender o que se passou, porque, de fato, é inimaginável se pensar que nós tenhamos atos de racismo." Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado

Assista à íntegra do UOL Entrevista