Deltan Dallagnol: 'Não penso duas vezes em defender Bolsonaro contra Lula'
O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) disse, durante entrevista ao Roda Viva hoje (29), que "não pensa duas vezes" em defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o atual mandatário, Lula (PT).
O que aconteceu:
Deltan afirmou que só votou em Bolsonaro no 2º turno para evitar a eleição de Lula. "Avaliando Lula, avaliando Bolsonaro, eu não penso duas vezes em defender Bolsonaro contra Lula".
O deputado cassado pelo TSE disse que o atual presidente defende ditaduras. Ele citou o encontro de Lula com o venezuelano Nicolás Maduro hoje.
Deltan argumentou que o mesmo não foi feito por Bolsonaro. Porém, o ex-presidente já se encontrou com o príncipe saudita Mohammad bin Salman, herdeiro de um regime acusado de violar direitos humanos, e o governo foi presenteado com joias sauditas.
Durante a entrevista, Deltan Dallagnol também disse que os ministros do TSE determinaram sua cassação "por interesse". "Um ministro chega ao tribunal superior não só porque é indicado pelo presidente, mas porque é apoiado por uma série de partidos e figurões da nossa República. [...] Essas pessoas querem vingança, o sistema quer vingança"
O deputado cassado afirmou que o TSE "criou uma inelegibilidade" e que vai recorrer à corte, ao STF e a própria Câmara. "O TSE emitiu uma decisão que criou uma inelegibilidade que não está prevista na lei para me cassar. Isso aconteceu fora da lei"
Deltan também defendeu "individualização de conduta" para as pessoas presas nos atos golpistas do 8/1. "Imagens das câmeras de segurança mostram pessoas tentando evitar qualquer dano, atentado. Você precisa dizer o que cada um fez, e você tem câmeras de segurança para dizer isso".
Todo mundo sabe, quem não é ingênuo, como funcionam as decisões em Brasília. Alguns ministros vão decidir em cima da lei, e vários vão decidir por interesse. Isso é sabido, como a coisas funcionam no Brasil Deltan Dallagnol, ao Roda Viva
Cassação de Deltan:
Dallagnol foi cassado por fraude à Lei da Ficha Limpa ao sair do MPF, em novembro de 2021. Ele renunciou ao cargo de procurador da República quando já havia sinais de que poderia ser exonerado por desvio de conduta. Se ele tivesse sido punido no processo disciplinar, teria se tornado inelegível — e, portanto, não seria hoje deputado.
Os ministros do TSE acataram dois recursos apresentados contra a candidatura de Dallagnol no ano passado. Um havia sido movido da Coligação Brasil da Esperança, do presidente Lula (PT), e outro pelo PMN.
Dallagnol pode recorrer, mas a decisão do TSE tem validade automática.
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