Renan volta a atacar Lira e diz que deputado impede governo de ter maioria
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou hoje que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), impede que o governo Lula (PT) construa maioria entre os deputados para conseguir a aprovação de propostas importantes na Câmara. Segundo Calheiros, Lira quer funcionar como um "guardião do mercado".
O que aconteceu
A declaração de Calheiros ocorre em meio às negociações entre Lira e articuladores do presidente Lula para a votação da MP (medida provisória) da reestruturação dos ministérios. A medida tem que ser votada na Câmara e no Senado até quinta (1º), ou perderá a validade. Editada em janeiro, a MP oficializa a formação da Esplanada do governo, que passou de 23 pastas para 37.
Deputados do centrão estão insatisfeitos com a articulação política do governo e cobram uma mudança de postura do Palácio do Planalto para viabilizar a votação.
Questionado sobre o trabalho do ministro das Relações Instituicionais, Alexandre Padilha, Calheiros afirmou que o ministro "é uma pessoa maravilhosa, acima de qualquer dúvida". O senador culpou Lira pela dificuldade do governo em aprovar a MP.
O governo está tendo dificuldade porque o presidente [Lira] tem Impedido que o governo construa maioria: ele só possibilita votação do que vai efetivamente derrotar o governo. Impede o governo de exercer a coalizão que montou e, quando aprova uma matéria, aprova como se fosse uma concessão dele à República"
Renan Calheiros, senador
Disputa entre Renan e Lira
Embate entre os parlamentares alagoanos, rivais políticos, aumentou nos últimos dias em meio aos entraves do governo Lula para aprovar a MP dos ministérios.
O senador disse que Lira acumula "desvios, chantagens, achaques, golpismo" e o acusou de agredir a ex-mulher. Lira fez chegar ao Planalto que vê como inadmissíveis as acusações de Renan, aliado de Lula.
O recado de Lira foi recebido no govero como pressão para demissão do ministro Renan Filho (Transportes). O presidente da Câmara negou que tenha pressionado pela substituição. "É falsa e descabida a informação que pedi 'a cabeça de ministro', e muito menos em troca de aprovação de qualquer proposta do governo. Tenho agido sempre com respeito aos Poderes"
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