Recurso e decisão do STF podem salvar Marinho de cassação, explica advogado
O advogado eleitoral Fernando Casagrande Pereira afirmou durante entrevista ao UOL News desta sexta-feira (2) que a cassação do mandato do senador Rogério Marinho (PL-RN) vai depender do recurso e da decisão do colegiado do STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o advogado, a decisão atual ainda é monocrática e precisa ser confirmada.
A decisão é monocrática, tem que ser confirmada pelo colegiado, ainda não foi. Está dando uma sentença ampliando a extensão da cassação para o mandato de senador por um ato de improbidade cometido pelo senador Rogério Marinho enquanto ainda era vereador. À luz de uma decisão monocrática e precária, porque ainda depende de uma confirmação pelo colegiado do Supremo".
"Portanto a sorte do Rogério Marinho está com o recurso que ele vai apresentar contra essa sentença, mas também com o que o Supremo vai fazer com relação a decisão, que até agora é apenas monocrática", completou.
O advogado eleitoral ainda comentou que essa decisão pode demorar anos e que é possível até que Marinho termine o atual mandato.
Ainda que a decisão monocrática do ministro Alexandre se confirme no colegiado, vai acontecer daqui a alguns anos e, posso dizer por experiência, não seria surpresa se ele terminasse o mandato de senador dele e a decisão final não chegue em tempo".
Sakamoto: Moro será cabo eleitoral involuntário de Zanin em sabatina no Senado
Durante sua participação no UOL News, o colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou que o senador e ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) será o principal cabo eleitoral involuntário de Cristiano Zanin durante sabatina para o cargo de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Mais cedo, Moro criticou a indicação de Zanin devido à relação entre o advogado e o presidente Lula.
Talvez o senador Sergio Moro não tenha percebido, mas ele vai ser um dos principais cabos eleitorais involuntários de Cristiano Zanin na sabatina que será realizada no Senado. Será um desfecho irônico porque foi Moro que praticamente empurrou Zanin para hoje ser nomeado à ministro do Supremo".
Sakamoto ainda relembrou que Sergio Moro esteve entre os especulados para serem indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro à uma vaga no Supremo.
Aí veio a Vaza-Jato, descobriu-se os métodos que ele e a força-tarefa da Lava Jato usaram para condenar Lula, digamos, de forma injusta. Moro perdeu muito do prestígio e a pessoa que estava por trás disso, defendendo Lula, num comportamento garantista, lutando contra o Moro, era justamente o Cristiano Zanin".
Sakamoto: Lula precisa seguir sua própria sugestão e falar com mais gente de que não gosta
Leonardo Sakamoto também comentou a respeito das declarações sobre os esforços para governar dadas pelo presidente Lula hoje, em São Bernardo do Campo. Em sua fala, Lula disse que "não tem que conversar com amigo nosso. Tem que conversar com quem não gosta da gente".
O Lula três tem que atender com o que Lula um e dois fizeram, com o que o Fernando Henrique Cardoso fez, Temer fez, a Dilma não fez porque não gostava muito de fazer isso. Esses presidentes conversaram, abriram as portas do Palácio do Planalto para deputados do baixo clero".
Sakamoto destacou que os deputados federais não funcionam apenas na base de emendas e cargos, mas que estar próximo ao presidente demonstra prestígio e poder.
Vocês não imaginam o poder de um vídeo gravado com um presidente da República de prestígio como o Lula, abraçando dois ou três deputados federais e falando que está com deputado tal, mandando abraço para todos os eleitores".
"Essa coisa de ser recebido pelo presidente, tirar foto, fazer vídeo e levar para sua base é muito forte, muito poderoso. Mostra que aquela pessoa tem prestígio", completou.
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