Lira empregou mulher e irmão de assessor investigado pela PF, diz jornal
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), empregou em uma estatal parentes de Luciano Cavalcate, assessor da liderança do PP na Casa demitido após operação da PF (Polícia Federal). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo. Cavalcante é investigado por um suposto esquema de desvio de dinheiro público para compra de kits robótica para escolas em Alagoas, base eleitoral de Lira.
O que aconteceu?
Os parentes de Cavalcante foram empregados por Lira na CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), de acordo com a reportagem do Estadão.
A mulher de Cavalcante, Glaucia Maria de Vasconcelos Cavalcante, é gerente regional de Planejamento e Engenharia do órgão, com salário de R$ 13.313.
O cargo de superintendente da estatal em Maceió é ocupado por Carlos Jorge Ferreira Cavalcante, irmão de Cavalcante. "Carlito", como é conhecido, recebe salário de R$ 19.487. Conseguiu o cargo com o apoio do próprio presidente da Câmara e do pai dele, Benedito de Lira, o Biu, atual prefeito de Barra de São Miguel (AL).
Carlito fez campanha para Lira e Biu nas últimas três eleições. Nas redes sociais, publicou fotos em que aparece ao lado de Lira em comícios e outros eventos políticos em Alagoas.
A CBTU é responsável pela administração de trens urbanos em cinco capitais do país. Tem um orçamento de R$ 1,3 bilhão. Só no ano passado, o órgão em Maceió movimentou R$ 23 milhões em recursos federais.
O diretor presidente da companhia, José Marques de Lima, também é um indicado de Lira. Ocupando o posto desde 2016, recebe um salário de R$ 25.705.
Até uma das primas do presidente da Câmara, Orleanes Lira, integra o quadro de comissionados da estatal. Orleanes tem um salário de R$ 13.313 e ocupa o cargo de gerente da companhia.
Lira exonerou Luciano Cavalcante no último dia 2. O ex-assessor é investigado por um suposto esquema de compra de kits robótica com dinheiro do orçamento secreto.
Entenda a investigação
Na semana passada, a PF cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra aliados de Arthur Lira, em investigação sobre a compra de kits de robótica para cidades de Alagoas, com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Durante a operação, foi apreendido um cofre com ao menos R$ 4,4 milhões em dinheiro em espécie.
Os kits robótica custaram R$ 26 milhões. O recurso tem origem em emendas de relator, conhecidas como "orçamento secreto" — que, à época, eram controladas por Lira.
As escolas que receberam os kits robótica sequer tinham água encanada, internet ou computadores, segundo reportagem da Folha do ano passado.
A empresa que forneceu os equipamentos, chamada Megalic, pertencia a um aliado do presidente da Câmara. Segundo a Folha, cada kit robótica custou R$ 14 mil aos cofres públicos, mas foram adquiridos pela Megalic a R$ 2,7 mil.
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