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Com Lula, União Europeia anuncia R$ 100 milhões para Fundo Amazônia

Do UOL, em Brasília e em São Paulo*

12/06/2023 14h54Atualizada em 12/06/2023 15h30

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou o investimento de 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia (cerca de R$ 105 milhões) em encontro com o presidente Lula (PT) hoje.

O que foi anunciado?

Lula recebeu a líder europeia no Palácio do Planalto nesta tarde. Na conversa, os dois trataram de iniciativas ao estímulo à proteção do meio ambiente, combate ao aquecimento global, investimento em energia renovável, acordos comerciais e guerra da Ucrânia.

Além do investimento no fundo, outros 2 bilhões de euros (pouco mais de R$ 10 bilhões) serão destinados a apoiar a "produção brasileira de hidrogênio verde", com foco na "eficiência energética" na indústria. Von der Leyen não detalhou o projeto no momento do anúncio.

O bloco europeu ainda irá investir 10 bilhões de euros na América Latina e Caribe por meio do projeto Global Gateway, que foca no desenvolvimento de infraestrutura com foco na adaptação climática e na sustentabilidade. Não foi detalhado qual valor deve ser separado para o Brasil.

Estamos unindo forças contra a mudança climática.
Von der Leyen, em pronunciamento ao lado de Lula

O Fundo Amazônia é uma iniciativa do governo brasileiro que arrecada investimentos para ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento na Amazônia Legal. Durante o governo Jair Bolsonaro (PL), países como Alemanha, França e Suécia cancelaram suas contribuições, retomadas neste ano após conversas com o governo atual.

Houve "liberalismo exagerado" de Europa e EUA, diz Lula

No discurso, Lula destacou o desejo de "reindustrialização" do Brasil e cutucou políticas europeias e estadunidenses. "A Europa e os Estados Unidos voltaram a reconhecer, após ciclos de liberalismo exagerado, a importância da ação do Estado em políticas industriais."

Programas bilionários de subsídios foram adotados nos países desenvolvidos em favor da reindustrialização. O Brasil, que sofreu um grave processo de desindustrialização, tem ambições similares.
Lula, em pronunciamento com Von der Leyen

Palestina e Iêmen entraram no discurso a favor da paz entre Ucrânia e Rússia: "Precisamos de mais diplomacia e menos intervenções armadas na Ucrânia, na Palestina, no Iêmen. Os horrores da guerra e o sofrimento que ela provoca não podem ser tratados de forma seletiva. Os princípios basilares do Direito Internacional valem para todos", disse o petista.

Lula pede que acordo UE-Mercosul não traga sanções. A preocupação do presidente diz respeito a cláusulas do acordo que poderiam, para Lula, prejudicar a competitividade da indústria nacional.

Von der Leyen busca recuperar "laços" com a América Latina

A presidente da Comissão Europeia se reunirá com os presidentes do Brasil, Argentina, Chile e México em dias consecutivos.

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, a União Europeia tem procurado parceiros "com ideias semelhantes" para fornecer outras fontes de comércio e minerais essenciais necessários para sua transição verde e ajudar a reduzir sua dependência da China.

Bruxelas receberá mais de 30 líderes da América Latina e do Caribe em uma cúpula de 17 a 18 de julho, um trampolim para sua "nova agenda" com a região, apresentada na semana passada.

No centro da agenda, está o acordo comercial União Europeia-Mercosul, fechado em 2019, mas com pendências envolvendo especialmente preocupações com o desmatamento da Amazônia e com o mercado interno agrícola europeu. O Mercosul é atualmente composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

*Com informações da Reuters