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Moraes vê 'má vontade' das big techs e reforça defesa de regulamentação

31.mar.23 - Ministro Alexandre de Moraes, do STF - Vinicius Doti/Fundação FHC
31.mar.23 - Ministro Alexandre de Moraes, do STF Imagem: Vinicius Doti/Fundação FHC

Do UOL, em Brasília

13/06/2023 11h23Atualizada em 13/06/2023 11h23

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que vê "má vontade" das big techs em relação à remoção de conteúdos, especialmente aqueles que atentam contra a democracia. Defensor de regulamentação das plataformas, ele citou a experiência do Tribunal Superior Eleitoral nas eleições de 2022.

O que disse Moraes

Moraes relembrou que, no ano passado, as redes sociais tinham duas horas para remover conteúdos determinados pela Corte; na véspera do pleito, o prazo caiu para apenas uma hora.

Segundo o ministro, inicialmente as plataformas alegaram que não seria possível cumprir a medida, mas a experiência mostrou que em até 15 minutos as publicações já eram removidas.

"Eles disseram que era impossível. Eu disse que era possível. Com um aperto de botão e R$ 100 mil de multa, tudo é possível. Dava 15 minutos, eles tiravam", afirmou.

Para o ministro, uma boa regulamentação deveria incluir publicações fascistas e nazistas, por exemplo, como de remoção semelhante ao feito com conteúdos de pornografia infantil. "É má vontade, é comodismo. É muito dinheiro envolvido", disse.

Eles já têm o mecanismo e é só incluir outras questões, como fascismo, nazismo. Não são coisas subjetivas. Todo mundo sabe o que é fascismo, o que é nazismo. É má vontade. Se é má vontade, tem que ser regulamentado.
Alexandre de Moraes, ministro do STF

Moraes criticou o que chamou de "política do avestruz" das redes, afirmando que elas deviam ser classificadas como empresas de mídia, e não empresas de tecnologia. Assim, elas seriam mais responsabilizadas por conteúdos difundidos nas plataformas.

O ministro disse que defende uma "regulamentação minimalista".

Eu entendo que com cinco, ou seis artigos, você resolve --não o problema--, mas a questão da responsabilização.
Alexandre de Moraes, ministro do STF