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Fachin vota para rejeitar denúncia contra Gleisi por 'Quadrilhão do PT'

Gleisi Hoffmann  - FáTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
Gleisi Hoffmann Imagem: FáTIMA MEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/06/2023 14h23

O ministro do STF Edson Fachin votou nesta sexta-feira para rejeitar uma denúncia da PGR contra a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo no caso conhecido como "Quadrilhão do PT".

O que se sabe

O ministro, que é relator do caso, afirmou que não há condições de abrir uma ação penal contra Gleisi e o ex-ministro Paulo Bernardo.

O ministro usou como argumento o fato de a própria PGR (Procuradoria-Geral da República) ter mudado o entendimento inicial e ter passado a pedir a rejeição da denúncia feita junto ao STF.

"Desse modo, compreendo que a falta de interesse da acusação em promover a persecução penal em juízo, por falta de justa causa, em razão de fatores supervenientes à apresentação da denúncia, deve ser acatada neste estágio processual destinado a aferir a possibilidade de instauração da ação penal, sobretudo quando amparadas em fundadas razões ou modificação fática que influenciem no julgamento do feito", diz Fachin na decisão.

O julgamento acontece no plenário virtual da Corte, e os outros ministros têm até a próxima sexta-feira (23) para votar. O julgamento pode ser acompanhado pelo site do STF

"Quadrilhão do PT"

Em 2017, o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou para o STF uma denúncia contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, os ex-ministros Antônio Palocci Filho, Guido Mantega, Edinho Silva e Paulo Bernardo Silva, a deputada federal Gleisi Hoffmann e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

O caso ficou conhecido como "Quadrilhão do PT". Na denúncia, Janot acusava os políticos de usarem a Petrobras, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, num esquema que levado os acusados ao recebimento de R$ 1,48 bilhão.

Essas irregularidades teriam sido cometidas de 2003, quando Lula assumiu a Presidência pela primeira vez, até 2016, quando Dilma foi retirada do cargo após o processo de impeachment.

A PGR, no entanto, voltou atrás e passou a pedir a rejeição da denúncia. "Entende este órgão ministerial que não foi demonstrada a existência de lastro probatório mínimo indispensável para a instauração de um processo penal em face dos referidos denunciados", informou o órgão.

Em 2018, o STF decidiu desmembrar o caso. Apenas os políticos com foro privilegiado que permaneceram aguardando julgamento da Corte. Lula, Dilma, Mantega, Palocci e Vaccari foram absolvidos pela Justiça do Distrito Federal no final de 2019.