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Com Moro na plateia, Zanin diz que juiz não deve protagonizar processos

Do UOL, em Brasília e em São Paulo, e colaboração para o UOL, em Brasília

21/06/2023 11h54

Indicado ao STF, o advogado Cristiano Zanin Martins afirmou que juiz não deve ser "protagonista" de processo nem deve ser guiado pela opinião pública. A sabatina dele na CCJ do Senado conta com a presença do senador Sergio Moro (União-PR), acusado pelo criminalista de ter sido parcial durante a condução dos casos do presidente Lula (PT) na Lava Jato.

"Julgador não deve agradar opinião pública"

O advogado afirmou que, se virar ministro, não "mudará de lado" e que sempre defenderá as leis, as garantias individuais e o amplo direito de defesa. Zanin respondia a uma pergunta do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) sobre a atuação do Supremo e também aos questionamentos do relator, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB). "Para mim, só existe um lado. O outro é barbárie, abuso de poder", afirmou.

Magistrado não deve ser o protagonista no processo, mas alguém que vai com muito equilíbrio e temperança e vai colher, os argumentos nos autos, seguindo sempre a Constituição e as leis."
Cristiano Zanin, indicado de Lula ao STF

Zanin disse ainda que juízes devem ter "cuidado" com as vozes da opinião pública e não se deixar guiá-las por elas para julgar os processos. "O que deve ser determinante é o conteúdo dos autos e o que diz a Constituição e as leis. O julgador não está em uma posição de ter que agradar a opinião pública, pelo contrário, muitas vezes ele deve ser contramajoritário", disse o advogado.

Zanin não procurou Moro no Senado

Durante o périplo pela Casa para angariar votos, Zanin não procurou o ex-juiz da Lava Jato, que é integrante da CCJ. Moro é um dos personagens da sabatina que se espera questionamentos espinhosos a Zanin, especialmente sobre a sua relação com Lula e a Lava Jato.

Em sua fala de abertura, o advogado citou o processo do petista, mas negou ser somente um advogado de luxo ou advogado pessoal do presidente.