Senado foi populista e Câmara deve modificar arcabouço, diz líder do União
O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), afirmou hoje em participação no UOL Entrevista que não houve qualquer tipo de acordo para aprovar a versão do arcabouço fiscal que passou hoje pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, e que os deputados podem reverter as alterações.
O que ele disse?
"Em momento nenhum [houve acordo]", disse. "[O presidente da Câmara, Arthur Lira] nunca fez nem nunca faria um acordo sem ter referendado com os líderes antes.
Para Elmar, mudanças feitas pelo Senado na proposta foram "populistas". "Há uma espécie de inversão de valores. Temos um sistema bicameral, em que a Câmara deveria representar o interesse do povo [...], e o Senado deveria ser o 'poder moderador'".
Ele considera que alterações feitas pela Câmara foram conservadoras. "Tivemos todo o cuidado para fazer uma legislação que foi para o mercado, que foi muito bem recepcionada pela sociedade porque colocamos travas que impediam qualquer tipo de atitude irresponsável de qualquer governo", declarou. "O Senado tinha ou que referendar o que foi feito nesse caminho ou ser mais conservador ainda, pela função que deve ter o Senado. Eles estão fazendo exatamente o contrário".
Líder do União Brasil avalia que falta diálogo entre as duas Casas. "A não ser que o Senado nos mostre que tomamos decisão baseada em números equivocados, vamos manter a decisão que tivemos lá, porque entendemos que é a que mais se aproxima do que a sociedade precisa. Fizemos de forma consciente e vamos fazer de novo".
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou há pouco a proposta revisada do arcabouço fiscal. O relator da matéria na Câmara, o senador Omar Aziz (PSD-AM), retirou o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e o Fundo Constitucional do Distrito Federal do teto das despesas.
'Daniela Carneiro não representa União Brasil'
Líder do partido também falou sobre a situação da ministra do Turismo, cotada para ser substituída. "Não podemos reconhecer como espaço atribuído ao União alguém que pediu desfiliação", disse.
"Não vamos colocar faca no pescoço do presidente". Elmar disse que, caso o presidente Lula decida manter Daniela, não haverá impedimento para negociarem outro cargo. "A gente está aqui para dialogar", disse. "Se ele quiser manter essa configuração, não podemos reconhecê-la [Daniela] como membro efetivo do partido".
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