Topo

Esse conteúdo é antigo

'Cagoete' ou cacoete? Lawand explica termo em lista de orientações para CPI

27.jun.2023 - Pasta do depoente Jean Lawand Junior mostra "Se Alimentar, Não Aloprar, Não Gesticular, Sem Cagoete, Não Perca o Emocional, Mãos Juntas, Oração, Cara Serena  - 27.jun.2023 - Gabriela Biló/Folhapress
27.jun.2023 - Pasta do depoente Jean Lawand Junior mostra "Se Alimentar, Não Aloprar, Não Gesticular, Sem Cagoete, Não Perca o Emocional, Mãos Juntas, Oração, Cara Serena Imagem: 27.jun.2023 - Gabriela Biló/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

27/06/2023 17h11

O coronel do Exército Jean Lawand Júnior explicou o que queria dizer a orientação que levou em pasta para seu depoimento na CPMI do 8/1, que gerou dúvida entre membros da comissão.

O que aconteceu?

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou se a anotação "sem cagoete" seria uma orientação para "não entregar ninguém, não delatar".

Segundo Lawand, na verdade, o texto queria dizer "sem cacoete", para que ele evitasse "tiques nervosos" com o pescoço durante o depoimento. O militar foi à Comissão como testemunha e, por isso, não era obrigado a produzir provas contra si mesmo, conforme decidiu ontem o STF.

O depoente tinha as seguintes orientações em pasta: "Se Alimentar, Não Aloprar, Não Gesticular, Sem Cagoete, Não Perca o Emocional, Mãos Juntas, Oração, Cara Serena". Uma imagem das anotações foi registrada pela Folha de S. Paulo.

Quem é Lawand?

A Polícia Federal encontrou mensagens de Lawand no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, pedindo para que o militar encorajasse o ex-presidente a colocar em prática um golpe de Estado após a vitória de Lula nas eleições do ano passado. Durante o depoimento de hoje, ele disse as mensagens eram um pedido para "apaziguar" o país.

O coronel tem salário bruto de R$ 25,5 mil. Os dados são do Portal da Transparência, do governo federal.

Lawand foi incluído por Bolsonaro no Quadro Ordinário do Corpo de Graduados Efetivos da Ordem do Mérito Militar. Um decreto assinado em março de 2021 incluiu o coronel e outras dezenas de militares no grau de Cavaleiro por seus serviços prestados à nação brasileira.

No governo Lula, o coronel seria transferido para os EUA como adjunto do adido do Exército junto à Representação Diplomática do Brasil nos EUA, com sede em Washington.

Mas, após a divulgação das mensagens, teve a transferência barrada pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva. A avaliação é de que ele deve ficar no país para prestar eventuais esclarecimentos sobre o teor das mensagens.