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PSOL pede cassação de Zucco e Salles após discussão com Sâmia na CPI do MST

O PSOL protocolou representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados em que pede a cassação dos mandatos dos deputados federais Ricardo Salles (PL-SP) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) por quebra de decoro parlamentar.

O que aconteceu:

Na ação, o PSOL alega que Zucco e Salles, presidente e relator da Comissão, respectivamente, agiram de forma "misógina e machista" em relação à deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) durante a última sessão da CPI do MST, realizada na quarta-feira (12).

Na ocasião, Zucco acusou a deputada de não deixar espaço para outros deputados falarem e ameaçou encerrar a sessão. O parlamentar também mandou Sâmia ficar "calada" e "respeitar os demais deputados". Ricardo Salles, por sua vez, acusou Bomfim de se "vitimizar" e pediu aos colegas que fizessem uma representação conjunta contra a deputada.

Conforme o partido, Zucco, além de ter adotado comportamento "machista" ao se dirigir à Sâmia, teria permitido que o deputado General Girão (PL-CE) fizesse declarações "misóginas e absurdas", sem que fosse repreendido, como, por exemplo, ao dizer que respeita as mulheres porque elas são "responsáveis pela procriação e harmonia da família".

Em nota, Zucco acusou o PSOL de "judicializar o trabalho legislativo na tentativa de impor uma narrativa mentirosa de perseguição a parlamentares da sigla". Ainda, destacou que Sâmia Bomfim "extrapolou os limites da civilidade e do respeito com seus pares".

Salles alegou que as deputadas do PSOL "agridem" os colegas e depois tentam posar de "vítimas".

Ao UOL, Sâmia Bomfim rebateu as críticas e disse que se tornou corriqueiro cortarem o microfone ou interromperem suas falas ao apresentar temas que "não agradam" os deputados que ela classificou como bolsonaristas.

O que ele chama de falta de civilidade é, na verdade, o fato de que frustro suas expectativas. Os bolsonaristas achavam que seria um passeio, por serem maioria e terem a presidência e a relatoria. Mas estamos ali para expor os crimes do agronegócio, do bolsonarismo. Quem acompanha a CPI viu que, sempre que trago temas que não lhes agrada, sou interrompida ou tenho meu microfone cortado. Não me importa nenhum adjetivo que eles usem, isso não me impede de ir ao Conselho de ética e tampouco de abandonar minha tarefa na CPI.

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