Análise: Se Bolsonaro recebeu Pix antes de campanha, há implicação jurídica
O cientista político Fernando Abrucio afirmou durante participação no UOL News desta sexta-feira (28) que é preciso analisar quando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu os mais de R$ 17 milhões via Pix, revelados pelo Coaf.
Segundo ele, se o valor foi depositado antes da campanha promovida por seus apoiadores para pagar multas processuais, há implicação jurídica.
De fato, houve uma campanha feita por ele para receber dinheiro para pagar suas multas e advogados. O que precisa saber no caso do Bolsonaro, no ponto de vista jurídico, é quando ele recebeu esse dinheiro em Pix. Se esse dinheiro foi recebido durante o período em que ele fez aquela campanha, quase uma campanha, digamos, de voto de pobreza, em que ele precisava de recursos, não vejo nenhum problema.
"Se, ao contrário, o grosso daquele dinheiro vier antes daquele período, acho que aí a desconfiança jurídica faz sentido", completou.
O analista ainda afirmou que o vazamento dos valores recebidos por Bolsonaro já incomodou politicamente o ex-presidente.
De todo modo, já incomodou politicamente o presidente. Porque assim, o que justifica alguém que ganha R$ 17 milhões em Pix num curto espaço de tempo receber o salário que ele recebe do PL, o PL pagar o aluguel de sua casa, quase mansão, em Brasília? Isso é difícil de se justificar nas redes sociais, no embate politico. Aquele Bolsonaro espartano desapareceu.
Carla: Relatórios do Coaf sobre Bolsonaro e Cid podem trazer as respostas que faltam à CPI do 8/1
A colunista do UOL Carla Araújo comentou a respeito dos dados do Coaf. Para ela, as informações que vêm sendo divulgadas na imprensa mostram que a CPI para apurar os responsáveis pelo ato de 8 de janeiro ganha fôlego.
A gente recorda que Cid foi até a CPI e não respondeu nada, não quis nem dizer a idade dele, estava ali sem o propósito de colaborar. Essas revelações, em Brasilia, foram vistas com bastante atenção.
"A avaliação que se faz com quem a gente conversa é que há um fôlego maior para a CPI porque, evidentemente, se a a gente ja tinha respostas que faltavam, com esses relatórios do Coaf as perguntas se multiplicaram. E a gente precisa de várias respostas", completou.
Não faz sentido convocar GDias para a CPI do MST, diz cientista político
Fernando Abrucio também falou a respeito da convocação do ex-ministro do GSI Gonçalves Dias para prestar depoimento na CPI do MST. GDias, como é conhecido, recebeu autorização do ministro do STF André Mendonça para ficar calado e não se incriminar durante o depoimento.
Chamar o GDias par a CPI do MST não tem menor sentido. Não há muita chance de essa CPI virar muita coisa. Não acho que se vai descobrir nada na CPI do MST, a não ser dizer que algumas pessoas são contra o MST e algumas a favor. Ponto.
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Quero receberO especialista ainda criticou a CPI e afirmou que ela acrescenta pouco à sociedade.
Se você assiste um pouco é até divertido. Lembra aqueles programas de futebol de domingo à noite em que ninguém tem o que fazer, fica discutindo, brigando, mas não tem ressonância social, não tem nada a se descobrir. São apenas opiniões e ideologias de um lado e de outro.
Carla: Ruído na comunicação entre Tebet e Lula abriu espaço para Pochmann no IBGE
A colunista Carla Araújo também comentou a respeito da indicação de Marcio Pochmann feita pelo presidente Lula para a presidência do IBGE. No mesmo dia em que o anúncio foi realizado, a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, negou mudanças no instituto.
Deu um pouco de azar a ministra, porque no dia havia concedido uma entrevista para a jornalista Miriam Leitão dizendo que essa questão do IBGE sequer estava na mesa de discussão com o presidente e que não via nenhuma possiblidade de movimentação do IBGE naquele momento porque ainda esta terminando o trabalho do Censo e ela, como ministra do Planejamento, ainda está terminando outras questões que ela considerava mais relevantes do que colocar o IBGE na roda.
Segundo Carla Araújo, o "ruído", com dito pela própria ministra, mostra que, na verdade, Tebet não é uma das ministras mais próximas a Lula, apesar de ter sido muito importante durante as eleições.
Ela conseguiu entender que Haddad tem a entrada e saída no Alvorada, tem uma relação longa de confiança com Lula, e ela é uma ministra, importante, uma pasta fundamental, mas ela não é essa aliada de primeira hora do presidente Lula.
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