Delgatti chama Moro de criminoso contumaz, que rebate: 'Bandido é o senhor'

O hacker Walter Delgatti, que ficou conhecido após acessar e vazar as conversas de integrantes do Ministério Público na chamada Vaza Jato, chamou o senador Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Operação Lava Jato, de ser um "criminoso contumaz", ao prestar depoimento na CPI dos atos golpistas de 8 janeiro. Moro rebateu e disse que o hacker é o "bandido" preso.

O que aconteceu

Na sua vez de interpelar Delgatti, Moro iniciou a sua fala acusando o hacker de ter uma "extensa" lista de antecedentes criminais. Quando o senador o questionou sobre supostos processos, Delgatti disse que leu as conversas de Moro e que ele era um "criminoso contumaz".

Moro, então, rebateu a declaração do hacker e afirmou: "O bandido aqui... quem foi preso é o senhor". Delgatti acessou o celular do ex-juiz da Lava Jato e o vazou o conteúdo das mensagens ao site The Intercept.

As conversas serviram para o STF (Supremo Tribunal Federal) anular algumas condenações concedidas por Moro, como foi o caso do presidente Lula (PT).

Delgatti afirmou na CPI que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que ele assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes e, em promessa, daria-lhe um indulto, caso fosse preso.

O hacker disse ainda que recebeu pedido de Bolsonaro e de aliados para invadir as urnas eletrônicas e tentar questionar a segurança do sistema eleitoral. Ele teria elaborado o relatório enviado pelos Forças Armadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre fiscalização das urnas.

Preso desde o início de agosto, Delgatti é acusado de participar de um ataque contra o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para emitir um falso pedido de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Ele está preso desde o início de agosto.

Segundo o advogado dele, Ariovaldo Moreira, o hacker teria recebido R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli (PL-SP) em pagamentos pelos serviços de hacker. A parlamentar teria feito depósitos que chegam a R$ 14 mil e o restante do valor foi feito em espécie.

O que dizem os citados

Carla Zambelli nega as acusações. A defesa dela diz que "somente se manifestará após integral conhecimento do conteúdo dos autos". "Novamente refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti."

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Observa-se que citada pessoa, como divulgado em diversas reportagens usa e abusa de fantasias em suas palavras. Suas versões mudam com os
dias, suas distorções e invenções são recheadas de mentiras, bastando notar que a cada versão, ele modifica os fatos, o que é só mais um sintoma de que a sua palavra é totalmente despida de idoneidade e credibilidade.

Daniel Bialski, advogado de defesa de Carla Zambelli

O advogado Fábio Wajngarten, que defende Bolsonaro, disse em suas redes sociais que "em nenhum momento sequer cogitaram a entrada de técnicos de informática muito menos alpinistas tecnológicos na campanha do presidente Jair Bolsonaro". "É muita gente tentando buscar holofotes e fogo. Haja bombeiros para reconstruir a verdade."

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) disse que "o Conselho Federal, as seccionais e as subseções da entidade não possuem urnas eletrônicas". "Em 2022, não houve eleição no sistema OAB, não sendo usada qualquer urna eletrônica pela Ordem, que também não solicitou empréstimo de urnas aos tribunais eleitorais."

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