CPI do 8/1: deputada pergunta por que PMDF foi 'tchutchuca' com golpistas
A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) perguntou ao ex-comandante da PM do DF Fábio Augusto Vieira por que a corporação foi "tchutchuca" com os golpistas que destruíram a Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro.
O que aconteceu
A parlamentar acusou a corporação de ter sido omissa durante os ataques. "O que chamou a atenção no dia 8 de janeiro não foi o número de participantes da manifestação. Porque já aconteceram aqui em Brasília manifestações muito maiores que a Polícia Militar conseguiu controlar de uma forma muito pacífica", destacou.
A deputada também citou a violência bolsonarista que, segundo Salabert, "já ficou explícita em diversos momentos, como foi no dia 12 de dezembro, em que ônibus foram queimados aqui, e no dia 24 de dezembro, quando esse grupo colocou uma bomba aqui no aeroporto de Brasília", acrescentou.
"O que chamou a atenção, na verdade, foi a omissão da Polícia Militar", completou Duda Salabert.
Eu fico me perguntando, se fossem professores que estivessem naquela manifestação, se a Polícia Militar agiria da forma como agiu com os golpistas do dia 8. Eu sou professora e já participei de diversas manifestações, normalmente recebidas com bombas de gás lacrimogêneo. Várias professoras amigas minhas violentadas, agredidas pela PM, por cobrar melhor educação no país. A pergunta que lhe faço, e desculpe o linguajar popular, mas acho que é o que melhor sintetiza a traduz. Por que a PM acaba sendo tchutchuca com golpistas e, do outro lado, é tigrão com professores?
Deputada federal Duda Salabert (PDT-MG)
Ex-comandante se calou em depoimento
Fábio Augusto Vieira disse no início da sessão que não teve acesso ao processo contra ele. O comandante da Polícia Militar do Distrito Federal no dia das invasões às sedes dos três Poderes ficou em silêncio durante todo o depoimento.
Ainda assim, foi questionado se o militar se comprometia a dizer a verdade, mas ele se negou. Apesar do desgaste para as forças de segurança, ele compareceu fardado ao depoimento.
O ex-comandante da PM está preso desde 18 de agosto, quando uma operação contra a cúpula da corporação foi deflagrada pela Polícia Federal, tendo sete oficiais como alvo.
Ele tirou folga no dia das invasões e foi preso, mas foi libertado pela Justiça em 3 de fevereiro. Os governistas da CPI entendem que ele se omitiu e ajudou a criar um apagão de comando na Polícia Militar.
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