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CPI do MST: Sâmia chama Salles de 'réulator' após decisão da Justiça

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) iniciou a sessão da CPI do MST citando a decisão da Justiça Federal do Pará de tornar o colega Ricardo Salles (PL-SP) em réu, por seu tempo como ministro do Meio Ambiente do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu:

"Os últimos acontecimentos tornam ainda mais grave a presença deste sujeito na relatoria, ele não é mais só um relator, agora é um réulator", disse a parlamentar, e citou que a escolha de Salles para relator foi questionada, "tendo em vista seus interesses diretos, de desmobilizar a reforma agrária".

A deputada, então, ergueu placas com as denúncias contra Salles por sua atuação como ministro. "Caso meu microfone seja mais uma vez cortado, trouxe aqui para ninguém ter dúvida", falou Sâmia.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) investiga possível violência política contra a deputada, após o presidente da CPI, tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), desligar o microfone dela, enquanto ainda estava no tempo dela. Sâmia acusou Salles de fazer o mesmo, em outra sessão da CPI.

Inicialmente, Salles não respondeu à provocação, e se manifestou apenas para dizer novamente que a área indígena visitada, sem aviso às lideranças locais e sem estar pautada nas diligências da CPI, não seria deles, mas uma terra invadida. As lideranças locais falaram em "truculência" e "ameaças" por parte do relator.

Ao ser citado de novo, dessa vez pela deputada e presidente do PT Gleisi Hoffmann (RS), Salles disse que a "isenção da denúncia é zero", e falou que ela também é ré. Gleisi rebateu: "fui inocentada".

Por que Salles é réu?

O ex-ministro é réu por associação criminosa, facilitação ao contrabando, advocacia administrativa e obstrução à fiscalização ambiental. Salles, enquanto ministro, teria favorecido os madeireiros e permitiu "a representação de interesses privados em detrimento do interesse público", segundo o MPF (Ministério Público Federal).

Outros 21 se tornaram réus, incluindo o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim, por uma mudança de regra no instituto, em fevereiro de 2020, que permitiu a exportação ilegal de madeira.

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