Após soltura de Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro pede liberdade ao STF
A defesa de Sérgio Cordeiro Rocha, ex-auxiliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu a liberdade provisória ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Detido em maio por envolvimento em esquema de fraude em cartões de vacina, o militar usa a soltura de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que fechou delação, como justificativa para deixar a prisão.
O que alega a defesa
Em manifestação, o advogado Eduardo Kuntz diz que, ao soltar Cid, Moraes afirmou que não havia razão para a prisão preventiva, uma vez que a Polícia Federal concluiu diligências e os investigados estavam proibidos de manter qualquer tipo de comunicação.
Além de Mauro Cid, o ex-assessor Max Guilherme Machado de Moura, que foi preso junto de Sérgio Rocha, também foi solto por Moraes, o que é reforçado pela defesa como outro motivo para libertar o ex-auxiliar.
Neste sentido, com o devido acatamento, considerando que o peticionário é personagem que se enquadra totalmente neste contexto, de modo extensivo, requer lhe seja concedida a liberdade provisória, com ou sem cautelares diversas
Sérgio Rocha, advogado de Cordeiro Rocha
Medidas restritivas
Ao mencionar a possibilidade de cautelares, a defesa recorre à decisão de Moraes que, ao libertar Mauro Cid, obrigou o ex-ajudante de ordens a cumprir uma série de medidas restritivas, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento noturno.
Moraes determinou obrigações semelhantes a Max Guilherme Machado de Moura, solto na sexta (8). Outras cautelares incluem:
- a obrigação de se apresentar à Justiça;
- a proibição de deixar o país e o cancelamento do passaporte;
- a suspensão imediata de documentos de porte de arma de fogo;
- a proibição do uso de redes sociais.
No caso de Mauro Cid, também foi fixado o afastamento do militar de seu cargo de oficial no Exército. Mesmo afastado, o ex-ajudante de ordens reteve o salário que chega a R$ 27 mil.
Quem é Sérgio Cordeiro Rocha
Capitão da reserva, Sérgio Rocha atuou como assessor especial da Presidência desde o começo do governo Bolsonaro. O cargo é o mais alto de assessoramento do Executivo, no valor de quase R$ 17 mil.
O ex-presidente disse que foi colega da brigada paraquedista de Cordeiro, a quem chamou de "uma pessoa bastante discreta". Ele também acompanhou Bolsonaro nos EUA.
Cordeiro cedeu sua casa para que Bolsonaro fizesse suas lives na campanha eleitoral do ano passado depois que o TSE proibiu o chefe do Executivo de fazer transmissões no Palácio da Alvorada. O Planalto revogou o uso de um imóvel funcional dele depois disso.
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