Anielle aciona Justiça por ameaças recebidas após usar avião da FAB
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acionou o Ministério da Justiça após receber uma onda de ataques de ódio e ameaças esta semana. Anielle também pediu por proteção e escolta.
O que aconteceu:
Os ataques ocorrem nas redes sociais da ministra e no email institucional, segundo nota da pasta. Entre os crimes estão ameaças à vida de Anielle, tentativas de intimidação, e prática de racismo.
Um dos ataques diz torcer para que a ministra "tenha o mesmo fim que a irmã", a vereadora Marielle Franco, que foi assassinada em 2018. O ministério informou que as ameaças foram reunidas em um dossiê para investigação.
É muito doloroso receber ameaças de morte e violência por ser uma mulher na política e perceber que desde a minha irmã, nada mudou. Essa investigação é importante para que possamos seguir com o nosso trabalho e a construção das políticas públicas para o povo brasileiro. É para isso que eu trabalho todos os dias".
Anielle Franco
A pasta de Anielle notou que os ataques aumentaram desde domingo, quando a ministra firmou uma agenda contra o racismo nos esportes na final da Copa do Brasil, em São Paulo —a viagem foi feita com um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
A ministra recebeu críticas pelo uso do avião da FAB, o que ela chamou de "inacreditável" e reforçou que a viagem foi a trabalho.
Além disso, o ministério de Anielle foi criticado por postagens de uma então assessora, que criticou a torcida são-paulina "branca" e chamou a direção do Flamengo de fascista. Marcelle Decothé foi demitida.
O uso de avião da FAB é regulamentado por um decreto presidencial e prevê uma ordem de prioridade: primeiro, em casos de emergências médicas; segundo, quando há razões de segurança; por fim, viagens a serviço. As regras em vigor não permitem solicitar o jato para passar o final de semana em casa.