Com agro, Bolsonaro diz que levou paz ao campo e hoje está 'tudo diferente'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou hoje que, durante o seu governo, houve paz no campo, mas na gestão do presidente Lula "tudo diferente passou a ser aplicado". Fala é rebatida por números da Comissão Pastoral da Terra.

O que aconteceu?

Bolsonaro participou hoje da reunião da lançamento de uma nova frente parlamentar, chamada "Invasão Zero no Brasil", contra invasões de terra no país, formada basicamente por deputados ruralistas.

Ele participou do encontro para falar sobre as medidas adotadas durante sua gestão.

O deputado federal Zucco (Republicanos-RS) é o presidente da frente, com o ex-ministro Ricardo Salles (PL-SP) na vice-presidência. A dobradinha repete a cúpula da CPI do MST, que culpou movimentos sociais como os sem-terra pela violência no campo.

[Relatei] algumas coisas feitas no nosso governo que levou a segurança no campo, paz e aumento da produtividade. Agora tudo diferente passou a ser aplicado no campo. Nossas escolhas conduzem a situações terríveis.
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

A fala de Bolsonaro não encontra respaldo nos números levantados pela CPT (Comissão Pastoral da Terra), ligada à Igreja Católica. Segundo os levantamentos da ONG, os casos de violência aumentaram desde 2019. No primeiro semestre deste ano, os registros seguem altos.

Marco temporal no Congresso

Na reunião, foi discutido ainda como os ruralistas se posicionarão em relação ao veto do presidente Lula (PT) ao projeto de marco temporal das terras indígenas. Eles querem derrubar os vetos.

O presidente da frente do agronegócio, deputado Pedro Lupion (PP-PR), afirmou que tenta um acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para incluir os vetos na sessão conjunta do Congresso nesta quinta (26).

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Lupion ainda se encontrou com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). No entanto, afirmou que não cabe espaço para negociação.

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