O que se sabe sobre o encontro de Bolsonaro com o embaixador de Israel
O encontro entre o ex-presidente Jair Bolsonaro com parlamentares e com o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zohar Zonshine, na Câmara dos Deputados na quarta-feira, foi considerado nos corredores do Itamaraty como uma intromissão na política, segundo apurou o UOL.
O que se sabe sobre o encontro?
Encontro "ocasional". A assessoria do ex-presidente afirmou, à CNN, que o encontro com o embaixador foi "fortuito e ocasional". A equipe também disse que os dois não se reuniram a sós e também não trataram de questões políticas —como a posição do Brasil em relação à guerra entre Israel e Hamas.
Convite de última hora. O canal de televisão também informou que, segundo a assessoria de Bolsonaro, o ex-presidente havia ido até o Congresso para encontrar parlamentares aliados e só lá soube e foi convidado para a reunião com o embaixador.
Encontro foi feito para parlamentares. Em entrevista ao UOL News, Zonshine disse que o ex-presidente não havia sido convidado. Em nota divulgada nas redes sociais, a Embaixada de Israel também afirmou que convidou "apenas parlamentares para o encontro". "A presença do ex-presidente não foi coordenada pela Embaixada de Israel e não era conhecimento antes do evento, ocorrendo de forma fortuita", diz o comunicado.
A ideia do evento era demonstrar para representantes do povo brasileiro o que aconteceu lá [em Gaza] em 7 de outubro. Convidamos só parlamentares de vários partidos, incluindo o PT.
Daniel Zonshine, embaixador de Israel no Brasil
Exibição de filme. No encontro, segundo publicação de Bolsonaro nas redes sociais, foi exibido um "filme sobre as atrocidades do Hamas", referindo-se aos ataques realizados pelo grupo terrorista a Israel em 7 de outubro.
Críticas ao PT. Os parlamentares teriam usado o evento para tecer críticas ao governo Lula, de acordo com a BBC.
Outros detalhes da reunião não foram divulgados. O ex-presidente divulgou um vídeo curto da reunião nas redes sociais, e parlamentares publicaram imagens.
Quebra de protocolo. O UOL apurou que a atitude do embaixador de Israel em Brasília de se reunir com Bolsonaro foi considerada nos corredores do Itamaraty como uma quebra grave de protocolo, uma intromissão na política doméstica e uma relação complicada com um personagem público que está inelegível.
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