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Câmara gastou R$ 12,9 mil com bolsonaristas na Argentina para apoiar Milei

A Câmara dos Deputados gastou ao menos R$ 12.989,92 com a ida de três parlamentares bolsonaristas à Argentina para acompanhar de perto o primeiro turno das eleições presidenciais e apoiar o candidato de extrema-direita Javier Milei. A informação foi divulgada pelo portal Metrópoles e obtida pelo UOL.

O que aconteceu

O valor foi gasto com passagens aéreas e hospedagem dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Marcel Van Hattem (Novo-RS) e Rodrigo Valadares (União Brasil-SE). Eles foram autorizados pela Casa a viajar em missão oficial, segundo o jornal O Globo. O primeiro turno ocorreu no dia 22 de outubro, um domingo.

Segundo a prestação de contas do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo saiu de Brasília na manhã de 22 de outubro, fez conexão em Guarulhos (SP), chegando a Buenos Aires às 12h10, momento em que a votação já estava em curso.

A ida de Eduardo para a Argentina, de classe econômica premium da Gol, custou R$ 1.710,54. Já a volta para Brasília, ocorrida na tarde do dia seguinte (segunda-feira), também de classe econômica premium, custou R$ 2.505,53. Ao todo, as passagens de ida e volta do deputado custaram R$ 4.216,07.

O parlamentar Marcel Van Hattem também recebeu da Casa Legislativa o reembolso das passagens. Ele saiu de Porto Alegre na manhã de 21 de outubro e chegou, ainda na parte da manhã, a Buenos Aires. A volta ocorreu no dia 23 pela manhã.

A ida e a volta de Van Hattem ocorreram pela companhia aérea Aerolíneas Argentinas e custaram R$ 4.236,19 à Câmara.

No caso do deputado Rodrigo Valadares, não há informações sobre o pedido de reembolso para a locomoção até a Argentina. No entanto, o político (que é filiado a um partido da base do presidente Lula) pediu o reembolso de R$ 4.537,66 referentes a hospedagem. Ele ficou quatro dias (de 19 a 23 de outubro) no Hotel Hilton, em Puerto Madero.

Eduardo e Van Hattem não solicitaram reembolso pelas suas hospedagens.

Durante a ida à Argentina, Eduardo e Valadares gravaram um vídeo com Victoria Villarruel, candidata a vice-presidente na chapa de Milei. Os políticos bolsonaristas também estiveram presentes no comício do candidato de extrema-direita.

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O UOL tenta contato com Eduardo, Valadares e Van Hattem. A reportagem será atualizada se houver manifestação.

Eduardo Bolsonaro foi cortado em TV argentina

Eduardo foi cortado ao vivo enquanto dava entrevista a uma rede de TV da Argentina após defender o armamento de população.

O deputado foi questionado a respeito do cenário eleitoral da Argentina.

Ao canal C5N, ele entrou na temática armamentista como parte do alinhamento com a visão de Milei e comentou a situação no Brasil: "É preciso ter idade mínima e, no caso do Brasil, é necessário fazer um exame prático de tiro", disse Eduardo.

Quando defendeu abertamente o acesso facilitado da população a armas, ele foi interrompido. "Defender armas de fogo para os cidadãos significa dar condições para a legítima defesa...", dizia o deputado, até uma apresentadora cortá-lo com um "não, não".

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"É muito generosa a Argentina e os argentinos para receber esse tipo de gente", disse outro apresentador ao repórter que entrevistava Eduardo.

Depois, o jornalista relacionou o discurso à derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022: "Por isso que o seu pai... os brasileiros, com lógica, o tiraram do poder, felizmente", criticou.

Presidente será definido no 2º turno

Sergio Tomas Massa e Javier Gerardo Milei vão disputar o segundo turno das eleições na Argentina em 19 de novembro. Massa surpreendeu ao liderar a apuração desde o começo da divulgação dos resultados.

Nas primárias argentinas, realizadas em agosto, a chapa de Milei havia conquistado o primeiro lugar; seguida das de Patricia Bullrich e Massa. Além disso, a maior parte das pesquisas eleitorais indicava liderança de Milei no primeiro turno.

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Milei, que é chamado de "Bolsonaro argentino", disse durante a campanha que pretendia limitar o comércio com o Brasil, chamou o presidente Lula (PT) de "comunista raivoso" e "socialista com vocação totalitária" e afirmou que, em relação ao Mercosul, a Argentina "seguiria seu próprio caminho", caso ele seja eleito.

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