Conteúdo publicado há 11 meses

Documentos dos EUA corroboram delação de Cid, diz diretor da PF

O diretor da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, afirmou que dados enviados pelos Estados Unidos confirmaram parte da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele deu entrevista à CNN Brasil.

O que aconteceu

Rodrigues disse que as informações dos EUA "robustecem" provas colhidas pela PF. "Começamos a receber as primeiras documentações, as primeiras informações, que vão corroborando os depoimentos, a própria colaboração premiada. E isso robustece as nossas provas", afirmou.

O diretor também disse que o relato de Mauro Cid à PF tem "muita consistência". Segundo o colunista do UOL Aguirre Talento, o ex-ajudante disse que Bolsonaro ordenou fraudes em certificados de vacina e queria esconder alvos da Polícia Federal no Palácio da Alvorada.

O militar relatou ainda que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) incitavam o político a dar um golpe. Segundo ele, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) também comandava o "gabinete do ódio".

A defesa do ex-presidente e seus familiares negam as acusações, que classificam como "absurdas" e sem amparo em elementos de prova.

Interferência e ameaças

Rodrigues denunciou interferência política na PF no governo Bolsonaro. "Nós tivemos quatro diretores-gerais — cinco, se considerarmos um que não conseguiu assumir por decisão judicial. Nenhuma empresa, nenhuma instituição se sustenta e pode ser produtiva com tamanha alternância", disse o diretor à CNN.

Presidente Lula (PT) recebe ameaças "com muita frequência", acrescentou. Rodrigues também disse ser necessário apurar essas ameaças e que a PF, como polícia judiciária da União, segue "focada" na proteção e na segurança do presidente.

Eu me refiro especialmente à instabilidade e à referência política na nossa instituição na gestão anterior [governo Bolsonaro]. (...) Isso implica mudança de diretores, de superintendentes, o bloqueio de muitas ações que são feitas, de projetos. Aí começa tudo do zero, daqui a um ano muda de novo.
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, à CNN

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