Silvio Almeida sobre embate com bolsonaristas: 'Não tenho medo de briga'
O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida comentou os embates que tem travado com parlamentares bolsonaristas no Congresso. "Não tenho medo de debate, de discussão, não tenho medo de briga também", afirmou o ministro ao UOL Entrevista de hoje (8).
O ministro e a deputada Bia Kicis (PL-DF) bateram boca na última terça (5), no conflito mais recente dele com congressistas da oposição.
O que ele disse
O ministro disse que "sempre vai" quando é chamado por parlamentares ao Congresso. "E eu vou mesmo, não tem problema, eu não tenho medo de debate, de discussão, não tenho medo de briga também. Nenhum." Ele citou ainda que há parlamentares não encaram sua posição como a de um adversário: "Me tratam como inimigo".
Não tenho receio nenhum de debate, de embate, pode me chamar quantas vezes for. Eu estou muito tranquilo em relação a isso. Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania
O debate e o embate com quem quer destruir o brasil, quer tranformar o Brasul num inferno, ele tem que ser feito o tempo todo. Se a mim couber esse papel, eu o farei com um sentido de missão. Não é fácil pra mim, mas também não e fácil pra eles.
Flávio Dino foi escolha "acertadíssima" para o STF
O ministro também apontou a importância das cobranças para que Lula (PT) nomeasse uma mulher negra para o STF (Supremo Tribunal Federal). Silvio Almeida, no entanto, elogiou a escolha de Lula por Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública.
Eu acho que é fundamental, eu acho que vamos ter que caminhar para ter uma mulher negra no STF. Veja, essas coisas não se fazem esponteneamente, elas têm que ser decisões políticas tomadas em circunstâncias específicas. Nesse momento histórico que estamos vivendo, nessas circunstâncias, a escolha de Flávio Dino é acertadíssima. [...] Eu acho que o ministro Flávio Dino, se o Senado assim decidir, será um dos maiores ministros da história do Supremo pelas qualidades que ele tem.
"Se repete no país", diz ministro sobre morte de bolsonarista na prisão
O ministro fez uma avaliação da situação das prisões brasileiras e relembrou o caso de Cleriston Pereira. Preso do 8 de Janeiro, Cleriston morreu após passar mal no Complexo da Papuda no mês passado.
"Muito lamentável, mesmo. O problema é que se repete em vários lugares no país". O ministro afirmou que sua pasta acompanha a situação dos presos pelos ataques aos Três Poderes "desde o primeiro dia" por meio de mecanismos como a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, mas que as condições ruins da Papuda não são exceção ao sistema prisional brasileiro.
Acompanhamos desde o 1º dia porque existe a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e nós recebemos uma série de e-mails, denúncias e afins. O que acontece nos presídios do Distrito Federal acontece às vezes, e muitas vezes de maneira muito mais potente, muito pior, em outros lugares do país. Tivemos a lamentável morte do Cleriston. O que é importante falar é que o problema que ele teve se repete em varios lugares do país.
"Não haverá politica de segurança pública se não resolvermos o que acontece dentro dos presídios". Silvio Almeida criticou discursos que relevam "tortura, maus-tratos, falta de água, falta de comida" e disse que estas condições alimentam o crime organizado. Quem cair dentro do sistema prisional, cai dentro do inferno. As prisões brasileiras são masmorras. Quem é contra o crime organizado tem que ser contra o que acontece nas prisões, porque ali as pessoas são recrutadas. As pessoas saem dali preparadíssimas para serem a pior versão que elas podem ser.
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