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Bolsonaristas convocam protestos contra Dino após pouca adesão em dois atos

Manifestação no mês passado levou 13 mil pessoas à Paulista (SP), conforme a USP Imagem: Uesley Durães/UOL

Do UOL, em Brasília

09/12/2023 04h00

A direita tenta voltar a encher as ruas e convocou para amanhã protestos contra a indicação de Flávio Dino ao STF. Com isso, espera encerrar o período de encolhimento que vive desde o 8 de janeiro, quando ocorreram os atos golpistas em Brasília.

O que aconteceu

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) diz que era necessário "esperar o momento certo" para retornar às ruas. Para ele, "a hora chegou", embora desde fevereiro existisse o desejo de promover manifestações.

É a terceira tentativa no ano de realizar protestos de alcance nacional. Neste domingo, a direita marcou atos em capitais e cidades médias de ao menos 15 estados e no Distrito Federal.

As duas primeiras, em 15 e 26 de novembro, tiveram pouca adesão. O protesto do último dia 26 foi contra a morte de Cleriston Pereira da Cunha, que sofreu um mal súbito na Papuda. O homem foi preso após os atos golpistas do 8/1. Os manifestantes ocuparam dois quarteirões da avenida Paulista, em São Paulo.

Espera-se uma maior público na capital paulista e em Brasília. São cidades com maior capacidade de influenciar os rumos da política nacional.

A escolha de Dino, atual ministro da Justiça, como alvo não é aleatória. O deputado federal Evair de Melo (PP-ES) diz que a militância tem aversão ao escolhido por Lula para uma vaga no STF e deve mobilizar mais gente para os protestos. O Supremo também é tema constante das manifestações dos bolsonaristas.

Durante o ano, Dino colecionou embates com parlamentares de direita. As idas do ministro a comissões da Câmara e do Senado tiveram bate-bocas e interrupção das sessões após gritarias e confusões. A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) critica Dino, dizendo que ele provoca parlamentares e lideranças de direita.

A crise na segurança pública também é usada para inflamar os apoiadores. O assunto ganhou tração após a visita da mulher de uma liderança de facção ao Ministério da Justiça.

Lideranças que viajaram à Argentina para a posse de Javier Milei voltarão mais cedo para participar. Houve deputados que cancelaram a viagem para não perder a manifestação. Eduardo Bolsonaro vê os protestos como uma maneira de defender as bandeiras da direita e fustigar a esquerda.

É um meio de pressão. Prova que o Lula não é popular.
Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal

Protesto em 15 de novembro levou poucos bolsonaristas às ruas de Brasília Imagem: Leonardo Martins/UOL

Vontade reprimida

A direita foi engrossando protestos a partir de junho de 2013, até obter o domínio das ruas nos últimos anos. A convocação para atos cessou depois das invasões às sedes dos três Poderes, quando houve vandalismo de patrimônio público e prisões.

Segundo Eduardo Bolsonaro, depois desse episódio "a direita precisou tomar precauções". Ele alega que "infiltrados" poderiam entrar nas manifestações para promover quebra-quebra e prejudicar o bolsonarismo. Não há provas de que isso tenha acontecido durante o 8 de janeiro, mas é uma das narrativas da direita para se livrar das acusações de violência.

O deputado prevê mais atos no ano que vem. As pautas serão economia, liberdade de expressão e liberdade de imprensa. Outros temas podem ser incorporados se ganharem força no país.

Para Evair de Melo, é natural que ocorra uma queda de engajamento até fevereiro do próximo ano. Mas ele projeta um retorno da adesão ao longo do ano que vem.

Tentativas da direita para recuperar as ruas

15 de novembro - Ato no dia da Proclamação da República reuniu cerca de cem pessoas na avenida Paulista, em São Paulo.

26 de novembro - Protesto em solidariedade a preso que morreu na Papuda levou 13 mil pessoas à avenida Paulista, de acordo com a USP.

10 de dezembro - Expectativa é que ato contra Dino no STF seja maior.

Os atos deste domingo

  • São Paulo - 14h na avenida Paulista
  • Brasília - 10h na Esplanada dos Ministérios
  • Rio de Janeiro - 10h na avenida Atlântica
  • Belo Horizonte - 10 horas na Praça da Liberdade
  • Recife - 9h na avenida Boa Viagem
  • Maceió - local e hora não informado
  • Natal - 15h na avenida Salgado Filho
  • Fortaleza - 15h na praça Portugal
  • Salvador - 10h no Farol da Barra
  • Florianópolis - 14h no trapiche da Beiramar
  • Vitória - 12h na praça do Papa
  • Cuiabá - 15h na praça das Bandeiras
  • Campo Grande - 9h na praça do Rádio
  • Goiânia - 8h na praça Tamandaré
  • Mineiros (GO) - 16h na praça Nova
  • Campinas (SP) - 9h na praça Largo do Pará
  • São José do Rio Preto (SP) - 9h no Centro Regional de Eventos
  • Jundiaí (SP) - 10h na avenida 9 de Julho
  • Caruaru (PE) 10h em frente ao Grande Hotel
  • Resende (RJ) - 9h no parque das Águas
  • Três Rios (RJ) - 10h na avenida Beira Rio
  • Volta Redonda (RJ) - 9h na praça Brasil
  • Guarantã do Norte (MT) - 15h
  • Varginha (MG) - 10h na praça da Concha Acústica
  • Tucurui (PA) - 7h no posto Cidade da Luz
  • Canoinhas (SC) - Campo d'Água Verde
  • Prudentópolis (PR) - 9h na avenida São José

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