Gonet deve tomar posse no próximo dia 18, diz procuradora-geral interina

O futuro procurador-geral da República Paulo Gonet tomará posse no cargo na próxima segunda-feira, 18. O anúncio foi feito pela interina no posto, Elizeta Ramos, na abertura da sessão plenária do STF.

O que aconteceu

Gonet foi aprovado ontem ao comando da PGR por 65 votos a 11 após uma sabatina de mais de dez horas ao lado de Flávio Dino, indicado ao Supremo.

O horário da posse ainda não foi definido. Ao se despedir do STF, Elizeta confirmou a data e disse que seria "no início da tarde".

"Acabei de receber um informe do procurador-geral dizendo que tomará posse provavelmente no dia 18, no início da tarde", disse a procuradora-geral interina.

Agradeço a gentileza e o respeito com que fui recebida nesta Suprema Corte nos últimos dois meses. Sempre tivemos a alma disposta a bem servir o país na chefia do Ministério Público brasileiro até a decisão do presidente e do Senado Federal
Elizeta Ramos, procuradora-geral interina

Gonet assumirá o comando da PGR para um mandato de dois anos. A equipe ainda será montada, mas um nome já confirmado é o de Hidemburgo Chateaubriand. Ele será o vice-procurador-geral.

Desafio é distensionar relação com STF. Como mostrou o UOL, um dos desafios imediatos de Gonet à frente do Ministério Público Federal será melhorar a relação com o STF, desgastada após quatro anos de mandato de Augusto Aras.

Capital político de Gonet pode ajudar: com pontes no Supremo e interlocução no Planalto, integrantes do Ministério Público Federal avaliam que Gonet chega à PGR em uma situação que o favorece.

O desafio, porém, não será fácil. Gonet deverá lidar com um STF "turbinado" com mais de mil ações penais derivadas do 8 de janeiro. Há também as investigações sensíveis a bolsonaristas, como o caso das joias e a delação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

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A colaboração de Mauro Cid, por exemplo, foi fechada diretamente pela PF, sem a participação do MP. Ela foi criticada por Augusto Aras, que comparou o acordo às delações fechadas por Antonio Palocci e Sérgio Cabral.

Outro ponto que já levou a desgastes entre a PGR e o STF são os inquéritos das milícias digitais e o das fake news. Ambos estão sob o comando do ministro Alexandre de Moraes.

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