Tales: Plano do PT é repetir polarização Lula-Bolsonaro em SP
A indicação de Marta Suplicy como vice de Guilherme Boulos faz parte do plano do PT de repetir em São Paulo a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro, disse o colunista Tales Faria no UOL News desta segunda (15).
A estratégia do PT é tentar carimbar essa aliança como a repetição daquela entre Lula e Alckmin e tentar jogar [Ricardo] Nunes para cima do Bolsonaro, repetindo a polarização Lula-Bolsonaro em São Paulo.
É uma estratégia que pode dar certo ou não, mas não é boa para o país, com essa polarização o tempo inteiro. O plano do PT é tentar forçar isso, daí se falar ainda em Bolsonaro, com o Lula repetindo falas sobre ele. Tales Faria, colunista do UOL
Tales não vê muitas semelhanças entre a aliança de Boulos com Marta e a de Lula com Alckmin. O colunista questionou a capacidade de a ex-prefeita agregar votos ao pré-candidato do PSOL.
A aliança tem outra intenção, que é aproveitar a imagem da Marta na periferia. É juntar mais do mesmo. Marta e Boulos têm a mesma imagem. Desde quando saiu da Prefeitura e começou a se recandidatar, ela não teve bons resultados eleitorais em São Paulo.
Marta não acrescentaria eleitoralmente ao Boulos. Lula acertou muito na aliança com Alckmin, quando todo mundo achava que poderia não dar certo. Pode ser que Lula seja um mago e acerte barbaramente, mas os especialistas dizem que Marta não acrescentará grande coisa. Tales Faria, colunista do UOL
Ivan Valente: Marta vice de Boulos é o custo de derrotar o bolsonarismo
Aceitar Marta Suplicy como vice de Guilherme Boulos é um custo ao PSOL para derrotar o bolsonarismo em São Paulo, afirmou o deputado federal Ivan Valente. Para o parlamentar, a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro deve se repetir na disputa eleitoral da capital paulista.
Atrás dessa questão, está a disputa da extrema-direita, que está mantida. Esse esgoto não voltou para o bueiro e está em todas as disputas no Congresso Nacional, no centrão, nas prefeituras. O que direciona a posição do PSOL é derrotar a extrema-direita. Tem custos.
Essa é a principal questão que nos move. Ganhar a eleição seria algo muito importante para o futuro do processo político brasileiro, inclusive pela influência nas eleições de 2026 e derrotar a direita. Ivan Valente, deputado federal (PSOL-SP)
Josias: Chapa com Marta não é movimento mais ousado que Boulos faria
Josias de Souza avalia que Boulos poderia fazer um "movimento mais radical" para fechar sua chapa na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O colunista considera que a aliança com Marta Suplicy "não é a ousadia" mais esperada para o pré-candidato do PSOL.
Talvez Boulos ganhasse mais se fizesse um movimento mais radical no estilo do que o Lula fez com José Alencar e agora com Alckmin: um cabeça de chapa de esquerda com um parceiro de campanha mais conservador. O nome da Marta não prejudica a candidatura do Boulos e pode agregar sobretudo os votos da zona sul. Politicamente, não é o movimento mais ousado que Boulos poderia fazer. Josias de Souza, colunista do UOL
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