Lula cita preocupação em tirar Dino da Justiça: 'Ajudava na política'
O presidente Lula comentou hoje sobre a apreensão ao tirar o ministro Flávio Dino do Ministério da Justiça para indicá-lo ao STF.
O que aconteceu
Presidente disse que Dino "ajudava na política". "Confesso para vocês que eu tinha muita preocupação de tirar o Flávio Dino do Ministério da Justiça, por causa da colaboração política que ele tinha com o governo, com os partidos políticos, com o Senado e com a Câmara", disse, sobre a indicação ao Supremo.
Lula também agradeceu a Dino pelo trabalho à frente da pasta. "As minhas palavras aqui são de agradecimento ao companheiro Flávio Dino pelo trabalho extraordinário que prestou, não apenas como ministro da Justiça, mas como um cidadão brasileiro. Como um homem da política, como uma pessoa que conheceu a experiência das funções públicas em várias frentes", disse.
Teve um trabalho extraordinário como ministro, executando aquilo que era sua tarefa, ainda mais do debate político todas as vezes em que foi convidado na Câmara dos Deputados e no Senado. Sem ter nenhuma preocupação de ser ofendido ou maltratado por qualquer deputado ou senador.
Lula, elogiando Dino
Mensagem a Lewandowski e desejo de sorte à frente da Justiça e Segurança Pública: "A única coisa que eu quero que você tenha certeza é que estou indicando para ser ministro da Justiça um homem que eu respeito e tenho a certeza de que você vai, como Flávio Dino, passar para a história na criação do funcionamento normatizando a atividade do Ministério da Justiça".
Lula disse que não vai interferir em gestão do ministro na pasta. "Eu costumo trabalhar estabelecendo uma relação de confiança com as pessoas. Tenho confiança em você, e a sua equipe é você que monta. Você só tem que ter consciência que, se qualquer coisa der errado, a responsabilidade é sua. Eu não vou interferir no seu time", ressaltou.
Tenho certeza de que, quando terminar o nosso mandato, eu estarei aqui nessa tribuna te agradecendo pelo serviço extraordinário que você fez como ministro da Justiça do nosso país.
Lula, em cerimônia de posse de Lewandowski como ministro da Justiça
Lewandowski diz que não há soluções fáceis para combate ao crime
"Todas essas ações serão executadas com estrito respeito aos direitos e garantias fundamentais dos investigados e acusados, especialmente no que concerne ao direito a ampla defesa", garantiu.
Lewandowski agradeceu ao presidente Lula pela indicação ao cargo. "Profundamente honrado por ter sido indicado por vossa excelência para chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Trata-se do primeiro ministério criado no Brasil, antes mesmo da proclamação da Independência", disse.
O ministro elogiou o trabalho da gestão anterior e disse que sua equipe dará continuidade: "Dedicaremos nossos esforços e daremos continuidade ao excelente trabalho executado pelo ministro Flávio Dino e seus assessores", garantiu.
O ex-ministro à frente da pasta, e futuro ministro do STF, Flávio Dino, agradeceu a passagem pelo cargo. "Foi uma honra, uma emoção e um privilégio", disse, em discurso, citando também trabalhos e resultados à frente do ministério da Justiça e Segurança Pública.
Dino desejou "sorte, sucesso e proteção de Deus" a Lewandowski: "Garanto que o senhor vai precisar das três coisas todos os dias."
"As causas da segurança pública. Redução de roubo de cargas, de roubo de banco. São indicadores que fazem com que eu agradeça muito a equipe do Ministério da Justiça.
Neste momento faço questão de sublinhar que a imensa maioria dos profissionais de segurança pública do nosso país são pessoas sérias, educadas e comprometidas", disse Dino.
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Quero receberSem Lira e Mendonça, posse reúne STF e ex-presidentes
Evento contou com Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso, além de outras autoridades. Os ministros compareceram em peso à cerimônia no Planalto.
Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, não participou do ato. O deputado está em Alagoas e comunicou sua ausência com antecedência, segundo sua assessoria.
Uma comitiva acompanhou Lula e Lewandowski na descida pela rampa rumo ao salão nobre. O presidente e a primeira-dama, Janja da Silva, foram seguidos pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os presidentes Luis Roberto Barroso (STF) e Alexandre de Moraes (TSE), o PGR, Paulo Gonet, Dino e outros ministros do governo e do Supremo.
Do STF, apenas Fachin e Mendonça não estiveram presentes. Além de Barroso e Moraes presidentes do STF e do TSE, respectivamente, compareceram Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques.
Até o ex-presidente Fernando Collor veio para posse. É a primeira vez que Collor, que se tornou grande apoiador de Jair Bolsonaro (PL), pisa no Palácio do Planalto desde o retorno de Lula. Ele chegou cedo e se instalou ao lado do ex-presidente José Sarney (MDB).
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