Gonet diz ser contra divulgar espionados pela Abin no governo Bolsonaro
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra a divulgação da lista de pessoas espionadas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O que aconteceu
O PGR defendeu que a divulgação não seja feita "neste momento". Para ele, o conhecimento da lista poderia atrapalhar as investigações sobre o caso, que correm em segredo de Justiça. "Além disso, o arrolamento dos eventuais alvos monitorados irregularmente pelo órgão de inteligência não foi concluído", disse Gonet.
Pedido para divulgar a lista foi feito por advogados do Grupo Prerrogativas. Os juristas argumentam que a medida é necessária para haver "a reparação aos direitos fundamentais à intimidade, a vida privada e a proteção de dados". O caso estava na mão do ministro Luís Roberto Barroso, mas foi redistribuído para Alexandre de Moraes por prevenção, já que ele é relator de outros processos relacionados a esse.
Entenda a operação sobre a 'Abin paralela'
A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em janeiro contra pessoas do núcleo político que receberam informações da "Abin paralela". Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro para espionar adversários políticos.
Um dos alvos da PF foi Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio, e também em uma casa em Angra dos Reis, onde Carlos estava com a família, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo as investigações da PF, Carlos Bolsonaro recebia informações sobre inquéritos em andamento, inclusive da Polícia Federal. Os agentes também investigam se a Abin produzia dossiês para atender aos interesses de Carlos.
Ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem já tinha sido alvo de buscas. Aparelhos antigos da Agência Brasileira de Inteligência foram encontrados em endereços ligados ao hoje deputado federal.
Deixe seu comentário