Conteúdo publicado há 9 meses

Gonet diz ser contra divulgar espionados pela Abin no governo Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou contra a divulgação da lista de pessoas espionadas pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O que aconteceu

O PGR defendeu que a divulgação não seja feita "neste momento". Para ele, o conhecimento da lista poderia atrapalhar as investigações sobre o caso, que correm em segredo de Justiça. "Além disso, o arrolamento dos eventuais alvos monitorados irregularmente pelo órgão de inteligência não foi concluído", disse Gonet.

Pedido para divulgar a lista foi feito por advogados do Grupo Prerrogativas. Os juristas argumentam que a medida é necessária para haver "a reparação aos direitos fundamentais à intimidade, a vida privada e a proteção de dados". O caso estava na mão do ministro Luís Roberto Barroso, mas foi redistribuído para Alexandre de Moraes por prevenção, já que ele é relator de outros processos relacionados a esse.

Entenda a operação sobre a 'Abin paralela'

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em janeiro contra pessoas do núcleo político que receberam informações da "Abin paralela". Segundo as investigações, a Abin foi usada durante o governo de Jair Bolsonaro para espionar adversários políticos.

Um dos alvos da PF foi Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A busca e apreensão foi autorizada na casa de Carlos e no seu gabinete na Câmara Municipal do Rio, e também em uma casa em Angra dos Reis, onde Carlos estava com a família, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo as investigações da PF, Carlos Bolsonaro recebia informações sobre inquéritos em andamento, inclusive da Polícia Federal. Os agentes também investigam se a Abin produzia dossiês para atender aos interesses de Carlos.

Ex-chefe da Abin, Alexandre Ramagem já tinha sido alvo de buscas. Aparelhos antigos da Agência Brasileira de Inteligência foram encontrados em endereços ligados ao hoje deputado federal.

Deixe seu comentário

Só para assinantes