Sem provas, Malafaia sugere que Lula sabia do 8/1 em ato pró-Bolsonaro
O pastor Silas Malafaia, organizador do ato pró-Bolsonaro realizado na avenida Paulista neste domingo (25), sugeriu que o presidente Lula (PT) soube com antecedência das invasões que ocorreram no dia 8 de janeiro. O líder evangélico, no entanto, não apresentou provas de sua teoria.
O que aconteceu
Malafaia fez o seu discurso em cima do trio durante o ato que reuniu apoiadores ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em sua fala, o líder religioso relembrou os atos que culminaram no quebra-quebra de prédios institucionais, como a sede do STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro foi embora para a América, sem atacar ninguém, sem falar mal de ninguém. Chegamos no fatídico dia 8 de janeiro, com algo que não concordamos. Quebraram Brasília. Começou então a narrativa de golpe. Silas Malafaia, em discurso durante manifestação pró-Bolsonaro
O pastor questionou se Lula "foi avisado que ia ter baderna". "Mas eu tenho algumas perguntar para fazer: primeiro, por que Lula saiu às pressas de Brasília e foi para Araraquara (a enchente em Araraquara ocorreu no dia 28 de dezembro, 10 dias antes)? Ele foi avisado que ia ter baderna? Outra pergunta: cadê os vídeos gravados pelas câmeras do governo? Que estão em posse de Alexandre de Moraes?! O povo precisa saber quem está por trás daquela baderna, daquela safadeza", acrescenta o pastor, na sequência.
Malafaia não apresentou, em momento nenhum, provas de suas suspeitas contra o presidente Lula.
Durante o discurso, Malafaia também fez críticas diretas aos ministros do STF, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Alexandre de Moraes diz que a extrema-direita precisa ser combatida na América Latina. Como o ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem a extrema-direita nem a extrema-esquerda. Ele é guardião da Constituição. O presidente do STF, ministro Barroso, disse 'nós derrotamos o bolsonarismo'. Isso é uma afronta, uma vergonha. Silas Malafaia
Na sequência, o pastor também fala sobre a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro ser preso. "Toda essa engenharia do mal contra Bolsonaro, covarde, ao arrepio da Lei e da Constituição... Eu não desejo isso pra você, mas digo: 'se eles te prenderem, você vai sair de lá exaltado'."
O ex-presidente entrou para a lista de investigados sobre os ataques no dia 8/1 a pedido da PGR. A solicitação foi acolhida por Moraes, que afirmou que, como consequência da conduta de Bolsonaro, é possível observar o mesmo modus operandi de divulgação usada por suposta organização criminosa investigada no inquérito.
Moraes citou "intensas reações" de Bolsonaro nas redes sociais. Para o ministro, a publicação de discurso de ódio em plataformas digitais por parte do ex-presidente também configuram comportamento semelhante ao das pessoas que incitaram os ataques que destruíram a Praça dos Três Poderes.
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