Nikolas não pode transformar comissão em 'palco para lacração', diz Padilha
O ministro das Relações Institucionais do governo Lula (PT), Alexandre Padilha, disse esperar que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) não faça da Comissão de Educação um "palco de lacração" enquanto ocupar o posto de presidente do colegiado.
O que aconteceu
Comissão de Educação é diferente do "mandato" ou do "celular" de Nikolas, diz Padilha. Em entrevista à CNN Brasil na tarde desta quinta-feira (7), o ministro disse esperar que o parlamentar, conhecido por ser um fervoroso apoiador de Jair Bolsonaro (PL) e popular nas redes sociais, possa "trabalhar enquanto colegiado na comissão".
Escolha do PL por Nikolas demonstra "qual cara" o partido quer mostrar, afirma. Como o PL é o partido com mais parlamentares na Câmara, pode escolher representantes para comissões chave, como a de Educação. O PT, segunda maior força na Casa, deve ter outras presidências de destaque, como a comissão de Fiscalização e Controle e a comissão da Saúde, continuou o ministro.
"Acho que não vai trazer dificuldades para a votação das agendas prioritárias do governo", opinou. Outro parlamentar da extrema direita dentro do PL que deve assumir um cargo de destaque é a deputada Caroline de Toni (PL-SC), na Comissão de Constituição e Justiça.
Seria muito ruim a Comissão de Educação ser transformada em um palco de lacração. Espero que ele [Nikolas] compreenda. Tem que ter respeito entre os parlamentares, respeito no debate para a boa condução.
Alexandre Padilha sobre Nikolas Ferreira
Escolha de Nikolas ocorreu após acordo do PL e PT para blindar Saúde. A Comissão da Saúde, além de ter recursos bilionários, comandará o envio de emendas da pasta para os municípios —alvo de disputa entre o centrão e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Nikolas diz querer ser "moderador": "Tenho certeza que eu saio um pouco de debatedor e passo a ser um moderador, porque acredito que os papéis são diferentes", declarou o parlamentar à CNN Brasil mais cedo.
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