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Ex-comunista, Aldo ganha força para vice de Nunes e acena ao bolsonarismo

Do UOL, em São Paulo

13/03/2024 04h00Atualizada em 13/03/2024 16h23

Filiado por 40 anos ao PC do B e ministro dos governos Lula e Dilma, Aldo Rebelo tem se cacifado para o posto de vice na chapa de Ricardo Nunes (MDB) à reeleição para a Prefeitura de São Paulo.

O que aconteceu

Aldo conta com a simpatia de Nunes e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O nome do ex-ministro foi ventilado durante um almoço com a presença dos três no final de fevereiro. Hoje, ele é secretário de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, cargo deixado por Marta Suplicy para retornar ao PT e ser vice de Guilherme Boulos (PSOL).

Avaliação é a que a escolha dele na vice ajudaria a levar a candidatura de Nunes mais ao centro. Interlocutores do prefeito acreditam ainda que, por sua trajetória na esquerda, Aldo poderia ajudar amenizar o impacto negativo trazido pelo apoio de Jair Bolsonaro — segundo pesquisa Datafolha, 63% dos eleitores não votariam de jeito nenhum em um candidato apadrinhado pelo ex-presidente (no caso de Lula, o índice é de 42%). Aliados de Nunes citam como exemplo do bom trânsito de Aldo sua cerimônia de posse na prefeitura, que reuniu diferentes lideranças partidárias.

Decisão precisaria ter aval de todos os partidos que estarão no palanque de Nunes. Avante, Agir, Solidariedade, PL, PP, Republicanos e PSD já formalizaram a aliança com o prefeito. Procurado por meio de sua assessoria, Aldo não se manifestou.

Caso seja o escolhido, Aldo terá deixar a prefeitura até 6 de junho, conforme a legislação eleitoral. Ele também precisaria trocar de partido: hoje filiado ao PDT, partido que apoia Boulos, o ex-deputado se licenciou para fazer parte da gestão Nunes. A mudança precisaria ocorrer até 5 de abril, quando termina a janela partidária.

14.set.2006 - Dilma Rousseff (então ministra-chefe da Casa Civil), Aldo Rebelo (à época presidente da Câmara), e Lula, no seu primeiro mandato na Presidência Imagem: Alan Marques - 14.set.2006/Folhapress

Coronel da Rota ainda é o nome preferido de Bolsonaro

Ricardo Nascimento Mello Araújo, porém, é alvo de fritura entre aliados do prefeito e pessoas do próprio PL. A avaliação é que o coronel da reserva da Polícia Militar é "bolsonarista demais" e não traria votos ao emedebista. Os outros cotados são a delegada Raquel Gallinati (PL) e o deputado Tomé Abduch (Republicanos).

Ex-presidente, no entanto, não tem restrições ao nome do ex-ministro, de quem foi colega na Câmara — presidida por Aldo entre 2005 e 2007. O ex-parlamentar foi convidado por Nunes para integrar seu governo com aval de Bolsonaro. Na ocasião, o advogado e braço direito do ex-presidente, Fabio Wajngarten, chamou a escolha de "impecável". Para os bolsonaristas, Aldo prega valores com os quais eles se identificam como nacionalismo e soberania da Amazônia, além da boa relação com os militares e com o agronegócio.

As declarações de Aldo sobre investigações do STF e do 8 de janeiro também agradaram os bolsonaristas. Em fevereiro, Bolsonaro publicou um trecho de uma entrevista em que Aldo diz que não se pode "atribuir nenhum tipo de seriedade" à tentativa de golpe alvo de investigação no STF. Ele também já afirmou que a ideia de golpe no 8 de janeiro é uma "fantasia" para legitimar a polarização.

Prefeito já disse publicamente que nome de Aldo o agrada para vice. "Aldo Rebelo agrada a todos. Se ele sentar aqui para conversar com a gente, ele vai agradar a todos, porque ele é um cara realmente ponderado e democrático. O Aldo foi vereador e isso é algo que pesa bastante positivamente. É uma pessoa que tem experiência nacional, visibilidade muito positiva internacional e é do diálogo. A gente precisa muito disso", disse Nunes na última sexta-feira (8).

Errata: este conteúdo foi atualizado
O prazo para Aldo Rebelo deixar a prefeitura, caso seja candidato a vice-prefeito, é de quatro meses, e não seis, como informou incorretamente a primeira versão deste texto.

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