Tales Faria

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Para MDB, Datafolha amarra Bolsonaro a Nunes e deixa livre o prefeito

O MDB, partido do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, festejou o resultado do Datafolha com empate técnico entre ele e seu adversário na campanha eleitoral de 2024, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

Segundo o Datafolha, Nunes ficou com 29% das intenções de voto para o comando da prefeitura, contra 30% de Boulos.

Na última pesquisa Datafolha, realizada e agosto do ano passado, o prefeito tinha 23% das intenções de voto. Portanto, cresceu bastante.

Tecnicamente o Datafolha não recomenda a comparação entre as duas pesquisas. Mas o MDB acredita que dá para concluir que houve um crescimento expressivo de Ricardo Nunes.

Além disso, o levantamento de agora demonstrou que tanto a terceira colocada, Tábata Amaral, do PSB, como o pré-candidato do União Brasil, Kim Kataguiri, perderam bastante espaço.

Para o MDB, o resultado amarra o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro à candidatura Nunes e desobriga o prefeito de se entregar ao bolsonarismo tanto quanto Bolsonaro gostaria e tem cobrado.

A expectativa no MDB é de que Bolsonaro está ficando sem margem para o lançamento de um candidato próprio a prefeito.

Na avaliação dos emedebistas, em caso de ruptura de Bolsonaro com Nunes, sobraria para o eventual candidato do ex-presidente algo em torno de 11% do eleitorado.

A projeção é feita com base no que seria a soma das intenções de voto em Kim Kataguiri e na pré-candidata do Novo, Marina Helena, na pesquisa Datafolha.

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Com tendência a queda à medida que a polarização Boulos-Nunes se cristalize. Num eventual segundo turno, então, os votos de Kataguiri e Marina Helena, segundo o MDB, devem se fixar na escolha pelo prefeito.

Ora, ficaria muito mal para Bolsonaro, apoiar um candidato que saia fragorosamente derrotado na eleição. Então só resta ao ex-presidente, se compor com Nunes.

Nesse quadro, o prefeito precisa manter um pé no eleitorado bolsonarista, especialmente explorando a proximidade com o governador Tarcísio de Freitas, mas não precisa se entregar completamente a Bolsonaro.

Isso deixa o prefeito mais livre para buscar eleitores de Tabata e Kim Kataguiri.

Bem, tudo são projeções. Desejos dos aliados de Nunes ainda. Há muita água para correr debaixo dessa ponte. Mas que os emedebistas estão felizes, isso estão.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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