Ex-Rota, delegada, Damares de SP e deputado são cotados para vice de Nunes
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, apresentou ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), quatro possíveis nomes para compor sua chapa na disputa pela reeleição.
Veja quem são os cotados:
Ricardo Nascimento de Mello Araújo
Coronel da reserva da PM é o nome preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). "Escolhi [indicar] o coronel Mello Araújo, que fez um excelente trabalho à frente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) no meu governo'', disse Bolsonaro, em entrevista à Revista Oeste. Mello ficou no cargo de outubro de 2020 até janeiro de 2023. Nas redes sociais, coleciona fotos ao lado de Bolsonaro.
Mello comandou a Rota entre 2017 e 2019. Em entrevista ao UOL em 2017, ele defendeu abordagens diferentes para pessoas na periferia e em regiões nobres pela PM. O militar também pediu que os lojistas da Ceagesp pendurassem bandeiras do Brasil nas lojas. O símbolo nacional tornou-se uma das marcas dos apoiadores de Bolsonaro. O militar defende o fim da "saidinha" para presos.
Valdemar diz que o nome 'foi muito bem aceito' por Nunes, mas prefeito nega definição. "Tem muito tempo para a gente discutir. O Valdemar trouxe o nome do coronel Mello, mas não como imposição (...) O que deixei claro é que a gente vai tomar uma decisão conjunta, conversando com todos os partidos, num tempo apropriado", disse Nunes na terça-feira (30). Mello não foi localizado pela reportagem para comentar a indicação.
Raquel Gallinati
Foi a primeira mulher a presidir o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo), por dois mandatos, entre 2016 e 2022. Hoje, é diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil. Gallinati é uma das criadoras do Movimento Mulheres na Segurança Pública, em 2019, ao lado de outras três delegadas do estado. Antes de entrar para a polícia, atuou como advogada.
Filiada ao PL, é deputada estadual suplente —ela recebeu cerca de 50 mil votos em 2022. "Quando vi meu nome [sendo cotado], fiquei lisonjeada e considerei a indicação um reconhecimento ao meu trabalho", disse ao UOL.
Torço para que Nunes ganhe, por termos em comum princípios ligados à proteção da cidade. Segurança pública, a questão da 'cracolândia', educação e saúde são áreas com falhas que vêm de antes do Nunes e que precisarão ser resolvidas por quem ganhar as eleições
Raquel Gallinati (PL), deputada estadual suplente
Sonaira Fernandes
É secretária de Políticas para a Mulher do estado de São Paulo. Ela foi indicada ao cargo pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com quem trabalhou na Polícia Federal em 2014. Naquele ano, o filho 03 do ex-presidente a convidou para participar de sua campanha à Câmara Federal. Em 2020, foi eleita vereadora paulistana, representando o bolsonarismo.
Evangélica, Sonaira recebeu o apelido de "Damares de São Paulo", em referência à ex-ministra e atual senadora Damares Alves (PL-DF). Na ocasião, a secretária afirmou ter ficado "honrada" com a comparação. Ela é contra o direito ao aborto e o protagonismo de pessoas LGBTQIA+. Sonaira já definiu o feminismo como "sucursal do inferno" e "o grande genocida do nosso tempo". Procurada, ela não se manifestou sobre a indicação.
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Quero receberFalta de prestígio no Palácio dos Bandeirantes e filiação ao Republicanos são entraves para indicação. Vista como radical e pouco conhecida, Sonaira também não agrada auxiliares do prefeito. Assim, a tendência é que ela tente se reeleger à Câmara de São Paulo, onde já atuou como vereadora.
Tomé Abduch
Ex-comentarista político da Jovem Pan, deputado estadual está no páreo. Abduch está em seu primeiro mandato na Alesp e foi sondado para ocupar a vaga de vice.
"Recebi com surpresa a notícia de que meu nome foi lembrado", diz. Ele afirma que estará com Nunes independentemente de ser vice ou não, para evitar que a cidade "seja destruída por Guilherme Boulos", deputado federal e pré-candidato a prefeito pelo PSOL.
Para assumir o posto de vice, deputado também teria que trocar de partido. Hoje no Republicanos, Abduch precisaria ir para o Partido Liberal. Nos bastidores, "não há grandes expectativas" de que ele seja o escolhido entre os quatro.
Nunes e Tarcísio se aproximam
O nome do vice deverá ter a benção do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Depois de sinalizar que não apoiaria Nunes sem o aval de Bolsonaro, Freitas embarcou de vez na campanha do emedebista.
Só em janeiro, os dois estiveram juntos em oito agendas. Nos encontros, ambos têm ressaltado projetos conjuntos para a segurança pública e a revitalização do centro da cidade, além da importância do alinhamento entre governo e prefeitura, num contraponto a Boulos (PSOL), adversário de Nunes.
Nunes também quer o embarque de Bolsonaro em seu projeto de reeleição. Depois de idas e vindas, o ex-presidente decidiu, em dezembro, apoiar Nunes na capital paulista, segundo Valdemar. Desde então, o presidente do PL tem sido o responsável por costurar a aliança por meio da vaga de vice.
No entanto, outros atores políticos precisam ser levados em consideração. A escolha do vice deverá ter influência de nomes como o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), presidente da legenda e coordenador de campanha de Nunes.
Há outros nomes na disputa. O presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), e o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten não foram citados por Costa Neto, mas seus nomes já circularam na mídia como cotados a vice. Dentro do PL, não se descarta a possibilidade de novos nomes serem indicados. A equipe de Nunes vai encomendar pesquisas qualitativas com nomes nas próximas semanas.
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