Moro diz que 'exploração política' atrasou elucidação da morte de Marielle
Sergio Moro atribuiu o atraso na identificação dos mandantes da morte de Marielle Franco à "exploração política" do caso. A opinião foi dada em coluna no jornal Gazeta do Povo.
O que aconteceu
Quem tentou ligar caso a Bolsonaro deve 'pedido de desculpas', diz Moro. O senador, que assumiu a pasta de Justiça e Segurança Pública menos de um ano após o crime, afirmou que as evidências sempre apontaram que o ex-presidente não tinha ligação com a morte. "Espera-se que, agora, com a solução do crime, possamos receber ao menos um pedido de desculpas", afirmou.
Investigação da PF sobre o caso foi prioridade quando ele era ministro de Bolsonaro, afirmou. Ele lembrou que uma "investigação sobre a investigação" estava em andamento quando ele assumiu o cargo e julgou que as decisões que negaram a federalização do caso foram influenciadas pelo desejo da família de manter a investigação no Rio de Janeiro.
Retirar as investigações do Rio de Janeiro seria "complicado". Moro afirmou que sempre foi a favor da federalização do caso, mas disse que respeitou o desejo da família de Marielle, que "reafirmou confiança nas autoridades estaduais do Rio de Janeiro". Na interpretação do ex-juiz, o ministério ficou "de mãos atadas" na ocasião.
Domingos Brazão foi alvo da Lava Jato, lembrou Moro. O ex-ministro era o juiz responsável pelo caso na época do crime e questionou se Brazão teria cometido o crime caso tivesse sido mantido preso e afastado do cargo no TCE-RJ.
A PF agora elucidou o crime e merece elogios, mas, se a polarização política não tivesse atrapalhado, talvez ele tivesse sido solucionado antes, ainda em 2019 ou 2020.
Sergio Moro, em coluna no jornal Gazeta do Povo
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