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Com Macron, Lula pede Nobel da Paz para Raoni: 'Gente ganhou sem merecer'

O presidente Lula (PT) defendeu nesta terça-feira (26), ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, que o cacique Raoni Metuktire, liderança kayapó, receba um prêmio Nobel da Paz. "Não tem ninguém no planeta Terra que mereça ganhar mais que você", disse o petista.

O que aconteceu

Lula disse que muita gente "ganhou o Nobel da Paz sem merecer". O presidente disse ainda que "os indígenas brasileiros merecem" que o cacique receba o prêmio. O histórico líder indígena já foi nomeado por grupos brasileiros para concorrer ao prêmio mais de uma vez e pediu apoio de Lula e Macron para a próxima edição do prêmio.

Raoni recebeu hoje o título de cavaleiro da Legião de Honra da França das mãos de Macron. A comitiva parou na Ilha do Combu, no Pará, para que o líder indígena recebesse o título de maior honraria do país europeu.

Cacique pediu para que o governo Lula barre a construção da Ferrogrão. O projeto da ferrovia que escoaria grãos do Centro-Oeste ao porto de Miritituba, também no Pará, está suspenso desde 2021 por decisão do STF. Os impactos ambientais do projeto defendido pelo agronegócio são enormes: o desmatamento previsto para construir a ferrovia supera a área total do estado do Rio de Janeiro.

As pessoas do futuro precisam de nós. Nossos netos, bisnetos, precisam que a gente faça uma coisa agora.
Cacique Raoni em declaração a Lula e Macron

Lula e Macron lançaram plano de investimentos para economia sustentável na Amazônia. Ambos visitaram hoje uma microempresa de produção sustentável de cacau. A intenção do plano é arrecadar "1 bilhão de euros (cerca de R$ 5,38 bilhões) de investimento público e privado nos próximos quatro anos", segundo a Presidência francesa, para ações de bioeconomia que também envolvem os povos tradicionais e indígenas.

Durante a visita, o presidente francês também reiterou que o país apoiará os povos indígenas e as comunidades locais na Amazônia. Macron destacou que esses grupos desempenham um papel essencial na proteção da biodiversidade por meio de seus conhecimentos tradicionais sobre práticas de manejo florestal.

Os dois presidentes ainda passarão por outras capitais no Brasil. O francês vai para o Rio de Janeiro ainda hoje e tem previstas caminhadas na Avenida Paulista e, a confirmar, até pela Praça dos Três Poderes em Brasília, a partir da qual Macron subiria a rampa do Palácio do Planalto. Na capital federal os dois anunciam e assinam pelo menos 15 dos 30 atos que estão em negociações entre os dois lados.

*Com informações da AFP

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