Barroso relembra golpe de 64 e ditadura: 'Resultados piores a custo maior'
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, relembrou a ditadura militar e o golpe de 1964 em discurso de abertura da sessão desta quarta-feira (3).
O que aconteceu
Barroso disse que o período autoritário teve "resultados piores a um custo muito maior". "Todos os que vivemos os dias difíceis deste país sabemos valorizar o que é viver em uma democracia constitucional", afirmou o ministro.
A democracia pode ser o regime político mais complexo, porque exige negociações e concessões, ao passo que no autoritarismo é possível impor soluções de cima para baixo. Mas quem viveu processos autoritários, como muitos de nós aqui, sabe que no fim do dia os resultados são piores e a um custo muito maior. Luís Roberto Barroso, presidente do STF
Golpe de 1964 completou 60 anos no último domingo (31). Por 21 anos, o Brasil viveu um período marcado não só por tortura, perseguições e o desaparecimento de opositores, mas também por mazelas sociais acentuadas, concentração de renda e uma herança de dívida externa.
Obras durante a ditadura tiveram corrupção e falta de fiscalização. As grandes construções são uma das principais referências do período, mas por trás delas não havia órgãos de controle, o que inviabilizava a análise dos gastos dessas obras.
Outro drama econômico foi a explosão da inflação. Em 1985, a taxa anual chegou a 242,2% — no ano passado, a inflação foi de 4,62%. O problema só foi contido em 1994, com o plano real.
Criação de facção e milícias no Rio. Também foi durante a ditadura que surgiu, em 1979, a facção Comando Vermelho dentro do presídio Cândido Mendes, na Ilha Grande.
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