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SP: Partido de Bolsonaro quer aumentar número de vereadores de 6 para 10

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em evento da Rota, em outubro de 2023 Imagem: Zanone Fraissat/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

11/04/2024 04h00

Partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL planeja eleger dez vereadores para a Câmara Municipal de São Paulo nas eleições de 2024. Se bater a meta, a legenda irá quase dobrar sua bancada atual, que tem seis integrantes.

O que aconteceu

O PL teve 166 mil votos em 2020, ocupando a 12ª posição no ranking de votação total para vereador entre os partidos. À época, a sigla elegeu dois nomes: Isac Felix e Thammy Miranda (hoje no PSD). Desde então, a bancada foi reforçada por Fernando Holiday, Gilberto Nascimento Jr., Rute Costa, Sandra Tadeu e Sonaira Fernandes.

Mais votado do PL para a Câmara de São Paulo, Miranda saiu do partido com a entrada de Bolsonaro, em novembro de 2021. Em 2020, o vereador foi o nono mais votado e teve apoio de mais de 40 mil eleitores — um quarto de todos os votos da sigla para vereador. Todos os que se juntaram à legenda entraram após sua saída.

Holiday saiu do Patriotas em julho de 2023. Sua filiação ao PL foi prestigiada por Bolsonaro, com quem ele teve rusgas durante o período da presidência. Já Nascimento, Rute, Sandra e Sonaira entraram durante a janela partidária. Antes, estavam filiados a PSC, PSDB, União Brasil e Republicanos, respectivamente.

Caso o plano se concretize, a próxima bancada do PL superará as maiores que foram eleitas em 2020. No último pleito, PT e PSDB elegeram oito vereadores cada um. Hoje, o PT tem nove integrantes na Câmara de São Paulo. Já o PSDB viu seus oito nomes deixarem a sigla durante a janela e não tem mais nenhum vereador.

Ex-comentarista de TV é aposta para ganhar votos

PL espera obter mais de 100 mil votos com a candidatura de Zoe Martínez à Câmara Municipal. Ex-comentarista da Jovem Pan, a cubana de 24 anos é próxima à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e tem o apoio de outros nomes de peso dentro do bolsonarismo. Ela deve trabalhar educação e acessibilidade como principais temas.

A expectativa do partido é eleger outros dois vereadores, puxados pelos votos em Zoe. Em 2020, Rinaldi Digilio (PSL) foi o eleito com menor votação: 13.673 votos.

Pretendo apoiar o candidato escolhido pelo único líder da direita, Jair Bolsonaro. Se a escolha do presidente for confirmada pelo Ricardo Nunes, terá meu apoio. Todas as minhas ações durante campanha e mandato serão pautadas pelos valores que defendemos. Não me furtarei a criticar quem quer que ande fora da linha.
Zoe Martínez, pré-candidata a vereadora em São Paulo pelo PL

Eleger mais prefeitos e vereadores é uma das metas do bolsonarismo em 2024. Entre apoiadores mais próximos ao ex-presidente, as eleições de 2020 deixaram a impressão de uma performance abaixo do que era possível. Na cidade de São Paulo, por exemplo, Sonaira é a única vereadora identificada com o movimento hoje.

Foram o Eduardo Bolsonaro [deputado federal pelo PL] e o Gil Diniz [deputado estadual pelo PL] que, em 2020, me convidaram para minha primeira eleição como vereadora da cidade. Eduardo nunca me viu diminuída ou incapaz de nada. Sempre me abriu as oportunidades que me trouxeram até aqui.
Sonaira Fernandes, vereadora em São Paulo (SP), na filiação ao PL

Bolsonarismo quase teve candidato próprio à Prefeitura de São Paulo, mas ex-presidente impediu. Em janeiro, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL) desistiu da disputa a pedido de Bolsonaro. Presidente do PL, Valdemar Costa Neto costurou o apoio do partido ao hoje prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Bolsonaro deve participar de agendas na campanha deste ano. Possíveis restrições que venham a ser impostas pela Justiça para a participação do ex-presidente preocupam, mas bolsonaristas não acreditam que uma prisão aconteça até as eleições. Decisões recentes tornaram o ex-presidente inelegível e réu em vários casos.

O que dizem os envolvidos?

Há uma convivência harmoniosa. Todos dentro do PL respeitam muito a liderança, a capacidade de mobilização e o carisma do presidente Bolsonaro. Por outro lado, ele tem sido democrático e levado em conta, sempre que possível, as opiniões e sugestões do Valdemar e de seu grupo. No final das contas, os dois subgrupos são interdependentes e estão cada vez mais aprimorando a relação
Lucas Bove, deputado estadual pelo PL

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