Reinaldo: A decisão do CNJ sobre juízes prova descaminhos da Lava Jato
O colunista Reinaldo Azevedo afirmou no Olha Aqui! desta segunda (15) que as decisões fruto da investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que mirou a 13ª Vara Federal de Curitiba e o Tribunal Regional Federal da quarta região (TRF-4) expõem com enorme gravidade o que ocorreu na Lava Jato. O CNJ determinou hoje o afastamento da juíza Federal Gabriela Hardt, que foi substituta de Sérgio Moro na 13ª Vara, e outros três magistrados que atuaram no TRF-4 por irregularidades na maior operação de combate à corrupção do país.
Não estou acusando ninguém de roubar nada, mas a investigação que está em curso diz respeito à má utilização e emprego de dinheiro público. No caso da juíza Gabriela Hardt, estamos falando de uma multa de R$ 2,5 bilhões que a Petrobras devia nos Estados Unidos e fez um acordo com o Ministério Público pra pagá-la no Brasil: R$ 1,25 bilhão serviria para criar uma fundação de combate à corrupção, com sede em Curitiba. Ela endossou isso e Dallagnol [ex-procurador da Lava Jato] desenhou o projeto. E R$ 1,25 bilhão ficaria reservado para a reparação de acionistas minoritários, numa ação que tinha até advogado estabelecido já. Quem brecou esse acordo, dizendo não tem validade, foi Alexandre [de Moraes, ministro do STF]. A Lava Jato não teria controle, mas teria assento. E quem ajudou a pensar foi a Transparência Internacional, aquela que faz ranking de corrupção. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Reinaldo destacou o mau uso do dinheiro da Petrobras e cobrou apurações sobre o papel do ex-juiz e atual senador Sergio Moro (União-PR) nessa história.
Não acuso os juízes de nada [de crime], só de indecência. Há, sim, malversação dos recursos públicos, que estavam depositados na 13ª Vara. O TRF-4 deveria ter acompanhado e não acompanhou. Estamos falando de uso de recursos públicos, da ação daqueles patriotas que vieram para mudar o Brasil e nos jogaram nesse desastre que mergulhamos, em 2018. E ainda falta a atuação de Sergio Moro nessa história, porque a Hardt foi a substituta dele. As práticas da 13ª Vara eram as práticas dele, e depois se viu uma aberração em parceria com o Ministério Público. Eu estava certo sobre a Lava Jato, desde 2014, o ano da sua criação. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
Juiz não é Deus, não é pra virar vedete, tem que se apegar à lei. O que não pode é um juiz estar envolvido com operações populistas e de desprestígio às instituições. E foi a meu ver o que fez Moro e a Lava Jato, porque eles próprios tinham um projeto de poder, tanto é que um foi ser senador e outro, deputado. Reinaldo Azevedo, colunista do UOL
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