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Sem provas, Bolsonaro diz que Brasil 'nunca esteve tão perto de ditadura'

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em evento no Theatro Municipal, no centro de São Paulo Imagem: Amanda Perobelli - 25.mar.24/Reuters

Do UOL, em São Paulo

18/04/2024 16h20

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em um vídeo publicado nas redes sociais, que o Brasil nunca esteve "tão perto de uma ditadura". Declaração foi feita nesta quinta-feira (18).

O que aconteceu

Sem apresentar provas, o ex-presidente também afirmou que a liberdade de expressão do brasileiro "está ameaçada". Ele convidou apoiadores para um ato em Copacabana, na zona sul do Rio, no próximo domingo (21). "Nunca estivemos tão perto de uma ditadura. Não vamos desistir do Brasil", escreveu.

O ex-presidente pediu para que apoiadores não levem cartazes ou faixas para manifestação. Essa não é a primeira vez que ele faz esse tipo de pedido. Em fevereiro deste ano, Bolsonaro também solicitou que os apoiadores não levassem cartazes ao ato na avenida Paulista, em São Paulo.

Manifestação ocorre em meio aos ataques do dono do X, Elon Musk, ao Judicário e ao governo brasileiro. "No momento em que o mundo todo toma conhecimento do quanto está ameaçada a nossa liberdade de expressão e de quanto estamos perto de uma de uma ditadura, é que eu faço um apelo a você, um convite", disse o ex presidente, sem mencionar a divulgação de decisões sigilosas do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes feita pela ala republicana radical do Congresso dos EUA.

Em 2023, por maioria de votos, o plenário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarou a inelegibilidade do ex-presidente por oito anos. Ele é investigado pela Polícia Federal por suspeita de tramar um golpe de Estado para mantê-lo no poder.

Musk x Moraes

Musk atacou Moraes em publicações no X e insinuou fechar o escritório da rede no Brasil na semana passada. Empresário questionou o ministro do STF do porquê de "tanta censura no Brasil". Ele fez o comentário em uma postagem no perfil oficial de Moraes na plataforma.

Moraes é relator de inquéritos sensíveis no Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ministro é autor de uma série de despachos que suspenderam perfis nas redes sociais (entre elas o X), de investigados por suposta disseminação de desinformação e ataques às urnas eletrônicas.

X disse que foi forçado, por meio de decisões judiciais, a "bloquear determinadas contas populares no Brasil". A plataforma informou que comunicou os donos das contas que tiveram que tomar essas medidas, mas declarou não saber as motivações pelas quais as ordens de bloqueio foram emitidas pela Justiça. Os nomes das contas afetadas não foram divulgados.

O empresário pediu a renúncia ou impeachment de Moraes e o chamou de "Darth Vader do Brasil". Em uma postagem, ele disse que vai "revelar" como as decisões de Moraes supostamente "violam" as leis brasileiras. Musk também atacou o presidente Lula e questionou as indicações de Flávio Dino e Cristiano Zanin ao STF.

Após os ataques, Moraes determinou a abertura de inquérito pela PF para apurar a conduta do empresário. O documento exige a apuração em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa, e incitação ao crime. O ministro também determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito das milícias digitais, que já tramita na Corte.

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