Padilha nega crise e diz que dificuldades com Congresso estão 'superadas'

Alexandre Padilha (PT), ministro das Relações Institucionais, negou neste sábado (20) que exista uma crise entre o governo e o Congresso. Na semana passada, ele foi chamado de "incompetente" e classificado como "desafeto" pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

O que aconteceu

"Não tem crise. Qualquer dificuldade de relação, diálogo, está absolutamente superada", afirmou ele à emissora de TV Globonews. Padilha está em São Paulo visitando local que receberá obras do programa habitacional "Minha casa, minha vida".

Padilha disse que divergências não o impediriam de se reunir com Lira. "Meu gabinete está aberto, minha disposição, aberta, meu celular funciona 24 horas por dia", afirmou o ministro.

Ele declarou que uma reunião de emergência na sexta (19) com Lula, ministros e líderes no Congresso, foi apenas "almoço de rotina" sobre calendário de votações de abril e maio.

"Da minha parte, não tem qualquer rompimento de diálogo", insistiu. "Fico sempre à disposição para conversar. Fico feliz que o diálogo está mantido porque nosso líder do governo no Câmara que tem mantido esse papel. Nosso diálogo com todos os líderes da câmara, não só da base mas também da oposição, tá absolutamente mantido."

Já governamos esse país outras vezes. Tenho certeza absoluta que essa dupla de sucesso, que foi Executivo e Congresso Nacional, que conquistou tantos ganhos para o país no ano passado, vai repetir um ano de sucesso.
Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais

O ministro disse que há compromisso do governo e do Congresso em garantir o equilíbrio da economia. Nesta semana, o governo anunciou afrouxamento das metas fiscais adiando para 2025 o fim dos déficits nas contas públicas.

Tenho certeza que o compromisso do Congresso Nacional e do governo do presidente Lula é consolidar a saúde das contas públicas do pais, fundamental para o que está acontecendo, para que a gente possa garantir o equilíbrio da economia

Tentativa de proteger Brazão acirrou briga

No início do mês, o plenário da Câmara votou para manter preso o deputado Chiquinho Brazão (ex-UB-RJ), suspeito de mandar matar a vereadora Marielle Franco (PSOL) em 2018. Na ocasião, a decisão foi lida, por interlocutores do Planalto, como uma derrota de Lira. O PL, de Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, e parte dos aliados de Lira tentaram soltar Brazão, cuja prisão fora ordenada pelo Supremo Tribunal Federal.

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Lira não gostou do que leu nos jornais e criticou Padilha. "É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes fiquem plantando essas mentiras, essas notícias falsas que incomodam o Parlamento", disse o deputado. "E, depois, quando o Parlamento reage, acham ruim".

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