Sakamoto: Memória do eleitor costuma secar em outubro, mas não neste ano
As enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul nas últimas semanas não devem escapar da memória das pessoas nas eleições municipais de outubro, o que gera preocupação do setor político, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto no UOL News desta segunda-feira (20).
O governador Eduardo Leite (PSDB) sugeriu hoje que as eleições poderiam ser adiadas. É "um debate pertinente", falou em entrevista ao jornal O Globo. Sakamoto diz que essa é "uma ideia de jerico" e defende que a população vá às urnas.
É uma ideia de jerico de adiar as eleições. Para adiar as eleições, não dá nem para dizer que essa é uma ideia que parte do governador [Eduardo Leite], porque isso vem sendo aventado desde que as águas tomaram o Rio Grande do Sul, você tem visto gênios, na espécie [política], propondo isso. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
A população quer ter o direito de escolher aqueles que fizeram algo em prol de sua sobrevivência ou aqueles [políticos] que ficaram apenas nas redes sociais postando e criticando. (...) Sistematicamente, o Brasil vive catástrofes relacionadas à água, só que a memória do eleitor seca quando chega em outubro. Neste ano, não vai secar. É por isso que tem tanta gente empanicada com isso. É por isso que tem tanta gente no limite do desespero dizendo 'danou-se'. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Por que? Porque tem prefeito e vereador que não fez a lição de casa. Falo vereador porque não é só prefeito, não. Tem muito vereador que ajudou nesse antiprojeto ambiental em que está mergulhado uma parte do Rio Grande do Sul e o Brasil inteiro. Então, sim, as eleições precisam e podem acontecer. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Sakamoto diz que as eleições deveriam ser adiadas caso as eleições ocorressem no próximo mês, em junho.
Se você ainda tivesse uma situação de eleição no mês que vem, pessoas ilhadas sem ter como votar, é claro que qualquer pessoa em sã consciência saberia que o Tribunal Superior Eleitoral daria um jeito de adiar, porque é inumanamente impossível uma votação com água nesse nível. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Tem cinco meses para as eleições. Até lá, as águas já vão ter baixado, e o processo de reconstrução retomado. E até lá a população quer ter o seu direito de poder julgar nas urnas quem tratou bem, atendeu bem durante o momento de calamidade e, principalmente, quem não foi negacionista durante anos desregulamentando regras ambientais ou empurrando com a barriga aquilo que tinha que ser feito para adaptar as cidades para a situação climática. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Direto do RS: Cenário é de calamidade na Ilha das Flores, em Porto Alegre
Também durante o UOL News de hoje, o repórter Herculano Barreto Filho contou que o cenário é de calamidade em um dos bairros mais pobres da cidade de Porto Alegre, a Ilha das Flores, às margens da BR-290. Ele está na capital gaúcha e flagrou cenas de moradores improvisando barracas próximas à casa alagada para tentar impedir tentativas de saques.
Estive na Ilha das Flores, uma das regiões mais pobres e humildes de Porto Alegre. Ela fica às margens da BR-290. O cenário ali é de total calamidade. Herculano Barreto Filho, repórter do UOL em Porto Alegre
O que a gente verifica ali são moradores em barracas improvisadas no acostamento da rodovia. Alguns dormiam dentro de carros, de forma improvisada. Muitas famílias as pessoas necessitam muito de doações para que possam ter condições mínimas de dignidade para levar a vida em um momento muito delicado que estão enfrentando nesse momento. Herculano Barreto Filho, repórter do UOL em Porto Alegre
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