Mourão é cobrado por ausência na crise do RS: 'Sou um homem de 70 anos'

O ex-vice presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) rebateu as críticas que tem recebido sobre a necessidade de estar mais presente no Rio Grande do Sul no momento da tragédia. Ele argumentou que isso seria "desvio de função" — e que tem 70 anos.

O que aconteceu

Parlamentar disse que sua função é estar em Brasília. Em entrevista à rádio Gaúcha nesta sexta-feira (24), questionado sobre onde esteve nas últimas semanas, ele respondeu que trabalha no Senado. "Esse é o local que o povo gaúcho me colocou e onde tenho que buscar por meio da melhoria da legislação atender os anseios da nossa população", afirmou.

"Vamos lembrar que eu sou um homem de 70 anos", argumentou sobre não participar do salvamento e ajuda direta às vítimas. "Quantos homens de 70 anos estão aí, no meio da água? Se vocês disserem que tem alguém da minha idade salvando gente...", rebateu o general da reserva do Exército.

Senador disse que esteve no Rio Grande do Sul entre 1º e 5 de maio, no início da crise, e que enviou carretas com doações. Mourão afirmou ainda ter apresentado um plano de trabalho da comissão externa criada no Senado para acompanhar a situação do estado. "Estamos trabalhando em cima de legislação, de agilizar a entrega de recursos, convencer os nossos irmãos parlamentares de destinar emendas que eram para os seus estados para o Rio Grande do Sul."

Mourão nasceu em Porto Alegre e foi eleito senador pelo estado em 2022. Na ocasião, obteve 44,11% dos votos válidos.

O que disse Mourão

O que um senador da República pode fazer? Encaminhar recursos (...) Eu não sou [do] Executivo, eu não tenho a missão de estar me deslocando do ponto A para o ponto B, eu tenho que criar facilidades para os responsáveis por executar as tarefas.
Senador Hamilton Mourão à Rádio Gaúcha

O contato direto com a comunidade é o do vereador. Logo depois você tem o deputado estadual, o deputado federal e o senador, que representa o estado como um todo. Eu tenho uma responsabilidade perante o estado como um completo, e não apenas a comunidade localizada.

Eu não vejo isso [participar do salvamento de pessoas e ações de voluntariado] como minha função. Eu estaria tendo um desvio de função. Essa é a minha visão.

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Chuvas no RS mataram 163 pessoas

O mês de maio de 2024 é o mais chuvoso da capital gaúcha desde o início das medições, em 1910. Com a forte chuva na quinta (23) em Porto Alegre, os alagamentos já duram 22 dias e se expandem para bairros que até então não haviam sido tão impactados na zona sul da cidade.

65 pessoas ainda estão desaparecidas no estado. Dos 497 municípios, 469 foram afetados. Mais de 580 mil pessoas estão desalojadas.

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