Conteúdo publicado há 18 dias
OpiniãoPolítica

Josias: Bolsonaro usa Marçal como escada para impor suas vontades a Nunes

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se aproveita da pré-candidatura do influenciador digital Pablo Marçal à Prefeitura de São Paulo pelo PRTB para tentar fazer valer sua indicação a vice na chapa do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB). A avaliação é do colunista Josias de Souza, no UOL News desta quarta-feira (5).

Após um encontro com Marçal em Brasília, Bolsonaro afirmou à Folha que tem um compromisso com a reeleição de Nunes, considerando o ex-comandante da Rota coronel Ricardo Mello Araújo como vice.

Bolsonaro utiliza o Pablo Marçal como escada para impor as suas vontades ao Ricardo Nunes. E o Ricardo Nunes não tem outra alternativa senão jogar o jogo do Bolsonaro sob pena de perder o apoio para ele [Marçal].

A essa altura, a perda do apoio do Bolsonaro ou uma declaração enviesada do Bolsonaro é ruim para ele [Nunes], porque ele está em condição de empate técnico em relação ao Guilherme Boulos, que é o candidato do Lula em São Paulo. Então, qualquer voto perdido numa disputa apertada como essa não convém a essa altura da pré-campanha.

Para Josias, Bolsonaro aprisiona Nunes ao apoiá-lo.

A fala do Bolsonaro significa que ele impõe ao Ricardo Nunes um aprisionamento. Então ele fala: 'Eu apoio, mas há alternativas'. Então ele diz que apoia, mas deixa entreaberta a fresta para deixar de apoiar caso o Ricardo Nunes não confirme, na posição de vice, a pessoa da confiança do próprio Bolsonaro.

Ele utiliza agora o Pablo Marçal, do mesmo modo que ele utilizou há alguns meses o Ricardo Salles.

O Bolsonaro apoiou [Nunes], mas o Ricardo Nunes insiste em fazer uma pose cada vez menos crível de independente, que quer o voto do Bolsonaro, ou os votos dos simpatizantes do Bolsonaro, sem se submeter ao Bolsonaro propriamente dito, ao bolsonarismo, o que há de pior no bolsonarismo.

Ocorre é que o Bolsonaro não está satisfeito com esse comportamento dúbio do Ricardo Nunes. Ele está impondo ao Ricardo Nunes a escolha de um vice que seja indicado por ele, que seja escolhido por ele, Bolsonaro. Ou o Ricardo Nunes se submete a isso, ou ele corre o risco de perder o apoio do Bolsonaro. Evidentemente, o Bolsonaro sabe que, a essa altura, a candidatura do Ricardo Nunes está muito mais consolidada do que a do Pablo Marçal.

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Há um compromisso do Nunes com o Tarcísio de Freitas, que é o governador bolsonarista do Estado. Então, do ponto de vista partidário, de estrutura de campanha, de engrenagem, de máquina pública a serviço do projeto político, tudo isso favorece a candidatura do Ricardo Nunes em detrimento da do Pablo Marçal. Josias de Souza, colunista do UOL

Ronilso: Novo flagra revela nível de sagacidade política de Moro

O novo flagra de uma troca de mensagens no celular de Sergio Moro (União-PR) —desta vez com sua mulher, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP)— demonstra o nível da sagacidade política do ex-juiz, ironizou o colunista Ronilso Pacheco, também no UOL News de hoje.

A conversa aconteceu após a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidir torná-lo réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes. O senador havia sido denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) por causa de vídeo que mostra Moro em um evento social, falando em "comprar um habeas corpus" de Gilmar.

No flagrante do diálogo, publicado pela Folha de S.Paulo, o ex-juiz comenta o resultado e pede para que a esposa não se preocupe. Rosângela foi ao X (antigo Twitter) criticar a publicação. "Enquete: quem mais acha reprovável que fotógrafo ligado a LulE fique bisbilhotando conversa de marido e mulher?", diz o tuíte da deputada. O registro é da fotógrafa Gabriela Biló.

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Isso não é uma coisa comum, isso praticamente não acontece. Acontecer duas vezes com o mesmo parlamentar, isso demonstra um nível de sagacidade política, de discrição do parlamentar, incrível.

É incrível como esse tipo de coisa que soa quase que jocosamente, a despeito do conteúdo. Acontece com o Sérgio Moro nas coisas que fala, na maneira que fala, nas declarações que faz, nas defesas que escreve, nas sustentações que faz, nas declarações no parlamento.

É uma coisa que em muitos momentos tem um ar de atrapalhamento em termos de resposta, de defesa, de justificativa, que chega a ser uma coisa curiosa.

Ronilso disse ainda que é o papel da imprensa divulgar esse tipo de flagra para tornar público o que os parlamentares tentam ocultar.

O repórter está super certo, ele está ali para tornar o mais público possível aquilo que os parlamentares tentam tornar o mais privado e oculto possível. Então eu acho que está tudo bem aí nessa estratégia.

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Também no UOL News, o colunista Tales Faria afirmou que o debate em torno da 'taxa das blusinhas' se tornou uma história com múltiplas traições.

O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), relator do projeto Mover na Casa, retirou do seu relatório o trecho que propõe taxar em 20% compras internacionais de até US$ 50. A decisão levou ao adiamento da votação no Senado e gerou atrito com o presidente da Câmara, Arthur Lira.

Essa é uma história de múltiplas traições e de desconfianças, algumas reais e outras, não se sabe ao certo.

Lira acha que está sendo traído pelo Rodrigo Cunha. O governo acha que Lira o está traindo por ameaçar acabar com o Mover. Jaques Wagner, líder do governo no Senado, acha que Cunha está traindo todo mundo porque voltou o texto para a Câmara quando não tinha combinado isso. E o presidente do Senado [Rodrigo Pacheco] acha que não ama e nem está traindo ninguém. Tales Faria, colunista do UOL

Tales explicou como a decisão de Cunha está relacionada ao cenário político de Alagoas. A disputa gira em torno da indicação do vice na chapa de João Henrique Caldas (PL), o JHC, prefeito de Maceió que tenta a reeleição. Cunha deve ser o escolhido, o que desagradou a Lira.

No final da história e dessas traições todas, o que sobra é a dona Eudócia, mãe do JHC . Pode sobrar para ela um tremendo cargo, que já estava sendo gestado quando JHC a colocou como suplente do senador Rodrigo Cunha.

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Pelo jeito, todos em Alagoas estão se juntando a Renan Calheiros, que desconfia que uma hora a traição será contra ele. Tales Faria, colunista do UOL

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

Onde assistir: Ao vivo na home UOL, UOL no YouTube e Facebook do UOL.

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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