Maierovitch: Moraes acerta ao transferir Ronnie Lessa para local seguro
O ministro Alexandre de Moraes acerta ao autorizar a transferência de Ronnie Lessa, preso acusado de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, para o Tremembé, no interior de São Paulo, afirmou o jurista e colunista do UOL Wálter Maierovitch durante participação no UOL News 2ª Edição desta sexta (7).
Essa transferência consta do acordo do contrato de delação premiada. Foi uma das cláusulas que o próprio Ronnie Lessa, pelo seu advogado, quis a inserção, ou seja, sair [de Mato Grosso do Sul] e ir para o estabelecimento mais seguro de sistemas prisionais brasileiros [em São Paulo]. É esse. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Evidentemente há que se cumprir esse contrato e, mesmo que não tivesse isso, seria importante essa transferência para um local seguro. Ainda mais porque esse caso envolveu agora novos figurantes, como o conselheiro de um tribunal de contas, um deputado federal com os irmãos Brazão, e o ex manda-chuva da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Há uma necessidade até para preservação dele em uma fase procedimental importante. Quanto a isso não há dúvida do acerto da decisão de Moraes. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Maierovitch destaca, entretanto, que Moraes peca ao não consultar o Ministério Público, crucial para mover a ação penal.
O Moraes tem que consultar e não consultou, só consultou a Polícia Federal. Ele não consultou aquele que vai promover a ação, que no processo vai ter a obrigação, o ônus da prova, que é o Ministério Público. Quem é o titular da ação penal, vai mover a ação penal e vai ter a obrigação de comprovar, precisava ser consultado. E precisava ter concordado com isso, porque é um levantamento de sigilo. Isso gerará uma alta exposição. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Conforme o que se fica sabendo ali, vai aumentar o risco com relação ao Ronnie Lessa. A oportunidade para esse levantamento e a conveniência, embora a Polícia Federal tenha dito que não tem mais nada para apurar com relação a isso e que não se opunha ao sigilo, mas é o Ministério Público. Me parece que o motivo de Moraes, mais uma vez implicando com jornalistas e se posicionando como um censor do jornalismo, [é porque] quer abrir tudo e joga uma crítica ao jornalismo. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
Sakamoto: Delação de Lessa jogou o crime no colo da política no Rio
Ainda no UOL News de hoje, o colunista Leonardo Sakamoto afirmou que a divulgação pelo ministro Alexandre de Moraes da delação de Ronnie Lessa, preso acusado de ser o mandante da morte da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, jogou o crime no colo da política do Rio de Janeiro por expor como o Estado operou para ocultar as investigações das mortes.
Moraes retirou o sigilo de delação de Ronnie Lessa e autorizou sua transferência da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para Tremembé, no interior de São Paulo.
Se tratando do caso Marielle, existe uma coisa boa dele estar sendo eternamente arejado. Até porque está tendo muita gente poderosa que a gente viu, todos os suspeitos, uma pessoa do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, um deputado federal, um antigo comandante da Polícia Civil (...), ou seja, você tem o Estado do Rio de Janeiro operando junto com a criminalidade e operando para ocultar, ao que tudo indica pelas investigações da Polícia Federal, a investigação [da morte] da Marielle Franco. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Toda vez que você consegue trazer à tona, consegue ter uma movimentação (...) é útil para a própria ação não cair no esquecimento, para forçar as instituições a responderem, para evitar que conluios de bastidores acabem acontecendo principalmente politicamente. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Vamos lembrar que o deputado Chiquinho Brazão [quase] se livrou por muito pouquinho de não ter a sua prisão autorizada pela Câmara dos Deputados. Arthur Lira ficou irritado com isso tudo, mas a maioria dos deputados votou por mantê-lo preso. (...) Politicamente, a liberação da delação, a retirada do sigilo [joga o crime no colo da política do Rio]. Vamos ver os vídeos, acho positivo para ver exatamente o que ele falou. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
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