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Sakamoto: Delação de Lessa jogou o crime no colo da política no Rio

A delação de Ronnie Lessa, preso acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, jogou o crime no colo da política do Rio de Janeiro por expor como o Estado operou para ocultar as investigações das mortes, afirmou o colunista do UOL Leonardo Sakamoto durante participação no UOL News 2ª Edição desta sexta (7).

Moraes retirou o sigilo de delação de Ronnie Lessa e autorizou sua transferência da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) para Tremembé, no interior de São Paulo.

Se tratando do caso Marielle, existe uma coisa boa dele estar sendo eternamente arejado. Até porque está tendo muita gente poderosa que a gente viu, todos os suspeitos, uma pessoa do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, um deputado federal, um antigo comandante da Polícia Civil (...), ou seja, você tem o Estado do Rio de Janeiro operando junto com a criminalidade e operando para ocultar, ao que tudo indica pelas investigações da Polícia Federal, a investigação [da morte] da Marielle Franco. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Toda vez que você consegue trazer à tona, consegue ter uma movimentação (...) é útil para a própria ação não cair no esquecimento, para forçar as instituições a responderem, para evitar que conluios de bastidores acabem acontecendo principalmente politicamente. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Vamos lembrar que o deputado Chiquinho Brazão [quase] se livrou por muito pouquinho de não ter a sua prisão autorizada pela Câmara dos Deputados. Arthur Lira ficou irritado com isso tudo, mas a maioria dos deputados votou por mantê-lo preso. (...) Politicamente, a liberação da delação, a retirada do sigilo [joga o crime no colo da política do Rio]. Vamos ver os vídeos, acho positivo para ver exatamente o que ele falou. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto relembra o que já se sabe da delação até agora.

No conteúdo da delação, daquilo que vazou até agora, são informações bizarras e terríveis de que os irmãos Brazão teriam oferecido para ele [Ronnie Lessa] US$ 10 milhões de dólares mais uma parte do território da zona oeste [do Rio], que estava sendo 'legalizada' pela milícia, para ele criar a milícia dele lá. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Para ele comandar a venda de gás, gatonet, o acesso a água, cobrar dinheiro de comerciantes, de perueiros, ou seja, máfia. Entregou para ele essa possibilidade e aí [ele] colocou o Rivaldo Barbosa como a pessoa que chancelou todo processo, que deu dicas como 'não atira na frente da Câmera, se não a Polícia Federal vai ser envolvida logo de cara'. Tem esse ponto. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Maierovitch: Moraes acerta ao transferir Ronnie Lessa para local seguro

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Também no UOL News de hoje, o colunista Wálter Maierovitch afirmou que o ministro Alexandre de Moraes acertou ao autorizar a transferência de Ronnie Lessa, preso acusado de ser o assassino da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, para o Tremembé, no interior de São Paulo.

Essa transferência consta do acordo do contrato de delação premiada. Foi uma das cláusulas que o próprio Ronnie Lessa, pelo seu advogado, quis a inserção, ou seja, sair [de Mato Grosso do Sul] e ir para o estabelecimento mais seguro de sistemas prisionais brasileiros [em São Paulo]. É esse. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

Evidentemente há que se cumprir esse contrato e mesmo que não tivesse isso, seria importante essa transferência para um local seguro. Ainda mais porque esse caso envolveu agora novos figurantes, como o conselheiro de um tribunal de contas, um deputado federal com os irmãos Brazão, e o ex manda chuva da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

Há uma necessidade até para preservação dele em uma fase procedimental importante. Quanto a isso não há dúvida do acerto da decisão de Moraes. Wálter Maierovitch, colunista do UOL

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Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.

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