Lula diz que tentaria a reeleição 'para não deixar um negacionista voltar'

O presidente Lula (PT) voltou a admitir nesta quinta-feira (20) que pode tentar a reeleição em 2026 para impedir "que um negacionista volte".

O que aconteceu

Lula não citou nomes, mas fez referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista a outra rádio na terça (18), ele já havia dito que tentaria um quarto mandato "para impedir que um troglodita volte".

Não tentar a reeleição foi uma promessa de campanha do petista em 2022. Em seus comícios, repetia que só voltou a concorrer para "salvar o país" e, depois, iria descansar junto à primeira-dama Janja da Silva. Agora, diz que não se lançou candidato, mas tampouco descarta.

Se chegar na hora de decidir, eu perceber que os negacionistas que destruíram esse país, que passaram a ideia para a sociedade de que o que vai melhorar esse país é vender arma para o povo, fazer escola cívico-miltiar, mentir na internet, mentir sobre religião... eu, sinceramente, vou fazer um esforço incomensurável para não deixar um negacionista voltar a presidir.
Lula, sobre reeleição

Idade e dúvida sobre sucessor

Lula terá 81 anos nas eleições de 2026. De um lado, ele diz se considerar "jovem aos 78 anos de idade"; do outro, tenta mostrar cautela para não queimar largada. "Não posso discutir minha candidatura agora. Já fui abençoado a ter três mandatos", disse.

Sutilmente, Lula admite uma questão que preocupa o PT: ele não tem sucessor. O partido avalia que, mesmo que a economia siga engrenando, nomes como os dos ministros Fernando Hadddad (Fazenda) ou Rui Costa (Casa Civil) não têm, ainda, força política para ganhar uma eleição nacional.

Ele elogiou seus ministros, mas disse que é preciso avaliar o potencial eleitoral. "Quando você vai definir o potencial de uma candidatura, também vai medir o potencial dos adversários e vai ver, dentro dos candidatos, quem tem mais chance ou não", admitiu Lula.

A direita e o bolsonarismo ainda não decidiram seu candidato, mas há nomes. Com o ex-presidente inelegível, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) torna-se um dos nomes mais fortes a captar seu capital político. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e os governadores Ronaldo Caiado (União-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) também são especulados.

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